Química do Coronavírus – Parte II

A proteína spike da SARS-CoV-2 é a responsável pela nome característico do vírus tal como vimos na postagem “Química do Coronavírus – parte I”, por causa do sua forma similar a de uma coroa. De forma bem resumida, a proteína spike do coronavírus é uma máquina molecular multifuncional que medeia a entrada de coronavírus nas células hospedeiras. Dessa forma, os mecanismo de entrada na células são orquestrados por essa proteína que tem a capacidade de ligar-se aos receptores celulares e, também mediam as fusões da membrana célula-vírus.

Entre todas as proteínas estruturais do SARS-CoV, a proteína spike é o principal componente antigênico responsável por induzir respostas imunes do hospedeiro, neutralizar anticorpos e/ou imunidade protetora contra a infecção pelo vírus. Portanto, a proteína spike da SARS-CoV tem papéis fundamentais na infecção viral e patogênese. Na sequência, um vídeo  ilustrativo mostra como o vírus invade a célula ao ligar-se ao receptor que se encontra na superfície da sua camada lipídica.

Uma vez ligado ao receptor celular, o vírus entra na celula na forma reconhecido e, portanto, protegido pelo sistema imunológico no interior da célula humana. É como se fosse um presente de grego. O receptor não entendeu que abriu a porta e colocou para dentro da célula um invasor.

Agora, dentro da celular, o vírus é livre para se replicar e liberar novas células COV-2 totalmente funcionais que repetem exponencialmente o ciclo. A estratégia mais comum adotada pelos pesquisadores é um ativo químico que possa interromper essa entrada celular e, dessa forma neutralizar o vírus, deixando-o acessível e vulnerável ao sistema imunológico humano. Portanto, a ideia geral no desenvolvimento de fármaco direcionado ao COVID-2019 é impedir a ação dessa importante proteína viral.[1]

Para que a estratégia de impedir a entrada do vírus dentro da célula tenha sucesso faz-se necessário conhecer as estruturas da proteína Spike e dos receptores. É a magnitude das interações químicas que ocorrem entre as partes envolvidas do receptor celular e do coronavírus que ditarão o sucesso dessa jornada na busca de novos medicamentos.Nesse contexto, a estrutura da glicoproteína spike (S) de SARS-CoV-2 revela a arquitetura do principal agente de entrada viral nas células hospedeiras, ao mesmo tem que fornece o desenho do futuro fármaco.

Referência bibliográfica


[1] Walls, Alexandra C, Young-Jun Park, M Alejandra Tortorici, Abigail Wall, Andrew T. McGuire, and David Veesler. “Structure, Function, and Antigenicity of the SARS-CoV-2 Spike Glycoprotein.” Cell, 2020. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0092867420302622

Os argumentos expressos nos posts deste especial são dos pesquisadores, produzidos a partir de seus campos de pesquisa científica e atuação profissional e foi revisado por pares da mesma área técnica-científica da Unicamp. Não, necessariamente, representam a visão da Unicamp. Essas opiniões não substituem conselhos médicos.

Comentários

11 respostas para “Química do Coronavírus – Parte II”

  1. Avatar de Michel
    Michel

    O vídeo deixou tudo mais claro. Presente de grego mesmo. 🤣

  2. Avatar de Angelo Queiroz de Souza
    Angelo Queiroz de Souza

    Parabéns pelo trabalho e bom saber que você chegou tão longe. Que Deus te abençoe e continue dedicada aos estudos desde os tempos de UFC.

    1. Avatar de Gisele Silvestre

      Angelo, gracinhaa! Que comenst fofo! Saudades de vc, Guri! Deus te abenções tmb, queridão!

  3. Avatar de Giovana
    Giovana

    Muito interessante o vídeo!! É tudo bem visível para compreender a ligação do vírus ao receptor celular,mesmo sem ele entender que é um invasor na célula.

  4. Avatar de Santos
    Santos

    Muito bom o vídeo! 👋👋👋

  5. Avatar de PAULO CESAR SILVA CARVALHO
    PAULO CESAR SILVA CARVALHO

    Muito esclarecedor parabéns pelo trabalho

    1. Avatar de Gisele Silvestre

      Obrigada, Paulo Cesar! Feliz pelo seu coments! =D

  6. Avatar de João luis pinheito alves
    João luis pinheito alves

     Achei bem interessante pois e bem explicativo, pois trata do motivo do nome que foi devido a próteina spike da SARS-CoV-2 e explica de forma resumida o que seria essa próteina, algo que nem todos saberia. E no vídeo de uma forma bem lúdica mostra como o vírus entra na célula humana,ou seja, ocorre ligação entre a próteina spike (s) e receptor celular e geral um sinal para que a célula perminta que o vírus entre que consequêntemente o vírus dentro da celular se sentir “livre” para se replicar e liberar novas células COV-2 totalmente funcionais que repetem exponencialmente o ciclo.Lembrando que esta próteina tem papéis fundamentais na infecção viral e patogênese.

    1. Avatar de Gisele Silvestre

      Um comentário completo desse bicho! =D Jhon,Obrigada e volte sempre!

  7. Avatar de Gilead Brandão
    Gilead Brandão

    Esse vídeo ficou incrível…simples, porém didático! Parabéns pelo trabalho!

  8. Avatar de edson de souza
    edson de souza

    muito legal esse post. sigo esta linha de pensamento descobrir uma formula capaz de interagir com o envelope viral

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress