Categoria: / Ciências Humanas

  • Vandalismo em Brasília: entre a raiva e a indignação

    O que há para além da indignação? A raiva, seguramente; ou talvez ela venha antes. Independentemente da ordem, eis a questão: qual é a paisagem que vislumbram aqueles que atravessam o agitado tumulto desses terríveis sentimentos? Sem dúvida, é uma paisagem inóspita e desolada, um deserto escuro capaz de dissuadir inclusive o peregrino mais empenhado e fazê-lo desviar o caminho, abrir-se pela tangente, lançar-se mato dentro e talvez construir uma cabana na montanha onde, isolado em terapêutico retiro, possa recuperar forças e tentar esquecer.

  • É possível retomar o controle econômico do país?

    Entre os anos de 2003 e 2013, a economia brasileira conheceu um modelo de desenvolvimento composto por um conjunto de programas econômicos e sociais, elevação do salário mínimo, ampliação das aposentadorias, expansão da educação e dos serviços de saúde, amplos investimentos em infraestruturas e outros programas que ampliaram a demandam para as empresas gerando mais de dez milhões de empregos formais no país. Sobre este modelo e os fatores associados a ele o economista Ladislau Dowbor, da Faculdade de Economia e Administração, da PUC-SP, publicou a análise “Entender a crise, retomar as conquistas”, na última edição da revista Estudos Avançados, (v. 31, n. 89, 2017), que também traz um dossiê sobre “Saídas para a crise econômica” atual.

  • A figura do herói e as narrativas na política

    Lucifer Rising - Uma releitura do Yin Yang por Kirsi Salonen.Está difícil evitar o tema política nesses tempos. Muitos escândalos vindo à tona, eleições presidenciais batendo à porta, participação ativa das mídias tradicional e independente, constante uso de narrativas míticas clássicas pela comunicação política, crise de descontentamento e total perda de credibilidade dos três poderes, enorme polarização da população e uma (aparente) polarização dos políticos. É evidente que o assunto não vai ser esgotado aqui. E não pretendo citar nenhum caso em particular. O objetivo desse post é apenas abordar um pouco sobre a construção da figura de um herói e a presença desse tipo de narrativa heroica no contexto político.

  • Imagens do Brasil: populações indígenas

    Image result Nas imagens do Brasil, um dos ângulos menos visados é o das populações indígenas. Os autores de livros “clássicos” do pensamento social, como “Casa-Grande & Senzala” (1933),”Raízes do Brasil”(1936) e “Formação do Brasil Contemporâneo: colônia” (1942), pouco interpretaram os lugares ocupados pelos “aborígenes” (termo recorrente na obra de Caio Prado Junior) na organização social e na formação da sociedade brasileira. Em termos de políticas do Estado, ao lado de órgãos como o (extinto) SPI e a Funai, as instâncias do IBGE possuem certa autonomia na construção de tipos classificatórios que demarcam os grupos mediante critérios étnicorraciais, o que certamente é motivo de polêmicas e disputas políticas nos recenseamentos.

  • Encontrando Fanon

    A obra de Frantz Fanon, intelectual nascido na Martinica, é uma das mais relevantes para se entender a circulação de ideias no contexto de intensificação dos movimentos de independência na década de 1960. Quais territórios na África proclamaram autonomia política frente aos impérios coloniais a partir da segunda metade do século XX? Em 1957, cinco anos depois da publicação da primeira edição de “Pele negra, máscaras brancas”, Gana se livrou do domínio político e militar britânico. Camarões obteve a independência em 1960, mesmo ano da autonomia conquistada por Nigéria, territórios que compunham a África equatorial francesa, Sudão Francês (que viraria o Mali), Somália, Madagascar e outros países.

  • Brasil, anos 1950: verniz da transformação

    Em um intervalo de 40 anos, o panorama intelectual brasileiro foi agitado por diferentes frentes: publicação de “Populações Meridionais do Brasil” de Oliveira Vianna (1920), fundação do PCB e do Centro Dom Vital, realização da Semana de Arte Moderna (1922), Manifesto Regionalista e Primeiro Congresso Brasileiro de Regionalismo (1926), Manifesto Antropófago (1928), a organização de instituições culturais como o Departamento de Cultura (1935), o I Congresso da Língua Nacional Cantada (1937). A lista é longa, mas somente quero ressaltar que ao final do anos 1950, um novo livro de Freyre esboçaria novamente o desejo de interpretar os processos sociais no Brasil: “Ordem e Progresso”.

  • Carolina Maria de Jesus e a polêmica sobre o que é literatura

     Em abril desse ano, a Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) divulgou a lista de livros para o vestibular de 2019. Entre os já canonizados Luís de Camões, Antônio Vieira e Camilo Castelo Branco, a grande novidade foi encontrar o nome da escritora Carolina Maria de Jesus e seu livro Quarto de Despejo: diário de uma favelada (1960) entre as leituras obrigatórias. Entre tantos livros escritos por homens e já conhecidos pelos vestibulandos, essa foi a primeira vez que a obra de uma mulher negra apareceu na lista da Unicamp. Há muito o que comemorar quando uma mudança como essa acontece em um dos maiores vestibulares do país: aos poucos, mais vozes começam a contar histórias que já conhecemos, mas que nos foram sempre contadas pelas mesmas perspectivas.

  • Como criar um curso de geociências online?

    A oferta de cursos online é cada vez maior na internet. Ao mesmo tempo, professores de todos os níveis de ensino são desafiados a frequentar o ciberespaço. A grande oferta de cursos online na internet já é suficiente para olhar com certa desconfiança essa modalidade de ensino. Recomendo a leitura do post “Um começo de crítica à EaD no Ensino Superior Brasileiro”, disponível em nossa rede de blogs . O autor faz um alerta sobre a busca por lucros que muitas vezes empobrece o processo de ensino e aprendizagem na oferta de cursos de graduação a distância.Gostaria de abordar a discussão voltada para os desafios enfrentados pelo professor na hora de criar um curso on line.

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