Categoria: V.3, N. 5, 2017

  • A figura do herói e as narrativas na política

    Lucifer Rising - Uma releitura do Yin Yang por Kirsi Salonen.Está difícil evitar o tema política nesses tempos. Muitos escândalos vindo à tona, eleições presidenciais batendo à porta, participação ativa das mídias tradicional e independente, constante uso de narrativas míticas clássicas pela comunicação política, crise de descontentamento e total perda de credibilidade dos três poderes, enorme polarização da população e uma (aparente) polarização dos políticos. É evidente que o assunto não vai ser esgotado aqui. E não pretendo citar nenhum caso em particular. O objetivo desse post é apenas abordar um pouco sobre a construção da figura de um herói e a presença desse tipo de narrativa heroica no contexto político.

  • Ondas gravitacionais (parte 2): detecção

    No dia 14 de Setembro de 2015 (09:50:45 UTC) foi realizada a primeira detecção direta de ondas gravitacionais, o sinal foi observado em dois observatórios (LIGO Hanford e LIGO Livingston) e durou menos de 0.5s nos detectores. Estes sinais representam um sistema de dois buracos negros de 36 e 29 massas solares girando um em torno do outro até se fundirem em um buraco negro de 62 massas solares. O equivalente a 3 massas solares é convertido em energia, liberada na forma de ondas gravitacionais e uma parcela extremamente pequena chega a Terra. Como funcionam os laboratórios que fizeram esta detecção?

  • Imagens do Brasil: populações indígenas

    Image result Nas imagens do Brasil, um dos ângulos menos visados é o das populações indígenas. Os autores de livros “clássicos” do pensamento social, como “Casa-Grande & Senzala” (1933),”Raízes do Brasil”(1936) e “Formação do Brasil Contemporâneo: colônia” (1942), pouco interpretaram os lugares ocupados pelos “aborígenes” (termo recorrente na obra de Caio Prado Junior) na organização social e na formação da sociedade brasileira. Em termos de políticas do Estado, ao lado de órgãos como o (extinto) SPI e a Funai, as instâncias do IBGE possuem certa autonomia na construção de tipos classificatórios que demarcam os grupos mediante critérios étnicorraciais, o que certamente é motivo de polêmicas e disputas políticas nos recenseamentos.

  • Encontrando Fanon

    A obra de Frantz Fanon, intelectual nascido na Martinica, é uma das mais relevantes para se entender a circulação de ideias no contexto de intensificação dos movimentos de independência na década de 1960. Quais territórios na África proclamaram autonomia política frente aos impérios coloniais a partir da segunda metade do século XX? Em 1957, cinco anos depois da publicação da primeira edição de “Pele negra, máscaras brancas”, Gana se livrou do domínio político e militar britânico. Camarões obteve a independência em 1960, mesmo ano da autonomia conquistada por Nigéria, territórios que compunham a África equatorial francesa, Sudão Francês (que viraria o Mali), Somália, Madagascar e outros países.

  • Cartilagem articular: princípios do tratamento cirúrgico

    Lesões da cartilagem, principalmente do joelho, são a causa de dor em muitas pessoas e tem causado um grande interesse dos pesquisadores na busca de soluções melhores para o problema. A cartilagem articular, conhecida como cartilagem hialina devido sua aparência macroscópica lembrar o aspecto do vidro, é um tecido com uma arquitetura funcional única , capaz de suportar movimentos em múltiplos planos e com múltiplas condições de carga, possibilitando a movimentação sem dor.

  • Comunicação: animais, humanos e ETs

    O que estuda a Linguística: Taí a resposta!Se você gosta de comunicação, de ficção científica e de ler sobre a exploração do espaço pela humanidade, provavelmente também gostou bastante de “A Chegada”. Caso não conheça, o filme de Dennis Villeneuve foi inspirado no conto “História da sua vida” de Ted Chiang e fez sucesso recentemente, ao ponto de ganhar o Oscar de melhor edição de som. O roteiro do filme gira em torno do trabalho de uma linguista, Louise Banks, convocada pelo exército americano para decifrar ‘a linguagem’ dos visitantes alienígenas. Se você é entusiasta no tema, mesmo que não seja linguista ou não tenha gostado do filme, sugiro fortemente a leitura do conto.

  • Microdispositivos fabricados por impressoras 3D e PDMS

    Prezado leitor, nessa postagem apresento para vocês um interessante método de fabricação de microcanais utilizando impressoras 3D e PDMS desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Wageningen na Holanda. Microdispositivos fabricados em PDMS e por impressoras 3D não são mais uma novidade, como por ser visto e em uma postagem anterior. Cada método tem as suas vantagens e desvantagens.

  • Brasil, anos 1950: verniz da transformação

    Em um intervalo de 40 anos, o panorama intelectual brasileiro foi agitado por diferentes frentes: publicação de “Populações Meridionais do Brasil” de Oliveira Vianna (1920), fundação do PCB e do Centro Dom Vital, realização da Semana de Arte Moderna (1922), Manifesto Regionalista e Primeiro Congresso Brasileiro de Regionalismo (1926), Manifesto Antropófago (1928), a organização de instituições culturais como o Departamento de Cultura (1935), o I Congresso da Língua Nacional Cantada (1937). A lista é longa, mas somente quero ressaltar que ao final do anos 1950, um novo livro de Freyre esboçaria novamente o desejo de interpretar os processos sociais no Brasil: “Ordem e Progresso”.

  • Carolina Maria de Jesus e a polêmica sobre o que é literatura

     Em abril desse ano, a Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) divulgou a lista de livros para o vestibular de 2019. Entre os já canonizados Luís de Camões, Antônio Vieira e Camilo Castelo Branco, a grande novidade foi encontrar o nome da escritora Carolina Maria de Jesus e seu livro Quarto de Despejo: diário de uma favelada (1960) entre as leituras obrigatórias. Entre tantos livros escritos por homens e já conhecidos pelos vestibulandos, essa foi a primeira vez que a obra de uma mulher negra apareceu na lista da Unicamp. Há muito o que comemorar quando uma mudança como essa acontece em um dos maiores vestibulares do país: aos poucos, mais vozes começam a contar histórias que já conhecemos, mas que nos foram sempre contadas pelas mesmas perspectivas.

  • Cobras, sombra e água fresca. Enfim, campo!

    Uma das maiores vantagens ou alegrias da carreira de paleontólogo é, em minha opinião, poder realizar trabalhos de campo. Como bióloga, eu poderia ter escolhido uma área de trabalho que se restringisse ao laboratório, ou somente à sala de aula. Mas escolhi atuar em algo que tem tudo isso e um plus: o campo. Mas, o que vem a ser uma saída a campo, TC (trabalho de campo), CC (campanha de campo), ou simplesmente “campo”?

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