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  • A “culpa” não é do Nordeste

    O resultado das últimas eleições presidenciais mexeu bastante com os ânimos da população brasileira. Dentre os tantos absurdos ditos e suas consequências danosas, há um em particular que envolve colocar, no Nordeste, a “culpa” pelo ex-presidente não ter sido eleito. Ouvi muita gente bufando de raiva contra essa região do país, e gostaria de tratar neste post, que essa “culpa” ao qual se referem, não é do Nordeste.

    Recentemente estava preparando minhas aulas da disciplina Tratamento de Dados, quando decidi trazer os dados do índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) para as 10 cidades do Rio de Janeiro com melhores índices, as 10 cidades com piores índices, e a cidade em que o instituto onde trabalho está situado.

    O índice FIRJAN analisa o desenvolvimento socioeconômico de cada um dos mais de 5 mil municípios brasileiros, em três áreas: Educação e Saúde, Emprego & Renda, elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), com base em dados oficiais disponibilizados pelos Ministérios da Economia, da Educação e da Saúde.

    Assim, associado a este índice, coloquei também a porcentagem de votos no ex-presidente Jair Messias Bolsonaro no 2.º turno de 2018, e no 2.º turno de 2022, como apresento a seguir.

    Na coluna da direita (B2022 – B2018) apresento a diferença na porcentagem de votos que este candidato recebeu no ano de 2022 em comparação a 2018.

    MunicípioIFDM (2016)Bolsonaro 2018Bolsonaro 2022B2022 – B2018
    Itaperuna0.818073.67%65.26%-8.41%
    Nova Friburgo0.808972.83%59.44%-13.39%
    Piraí0.793161.79%51.59%-10.20%
    Volta Redonda0.792164.13%52.88%-11.25%
    Rio de Janeiro0.788666.35%52.66%-13.69%
    Petrópolis0.782674.20%62.25%-11.95%
    Itaguaí0.781574.97%64.34%-10.63%
    Resende0.778774.28%61.86%-12.42%
    Niterói0.778462.46%48.79%-13.67%
    Carmo0.776653.34%45.37%-7.97%
    Duque de Caxias0.663768.79%58.31%-10.48%
    Varre-Sai0.634666.43%63.46%-2.97%
    Arraial do Cabo0.630074.73%64.12%-10.61%
    Cambuci0.626459.85%49.57%-10.28%
    São Gonçalo0.618967.35%55.42%-11.93%
    Santa Maria Madalena0.618663.34%48.51%-14.83%
    Sumidouro0.617071.94%64.30%-7.64%
    São Francisco de Itabapoana0.615871.10%66.95%-4.15%
    Queimados0.604868.47%58.90%-9.57%
    Belford Roxo0.596368.88%60.20%-8.68%
    Japeri0.581666.48%58.30%-8.18%

    Você mesmo pode ver que em nenhuma destas 21 cidades, tivemos uma porcentagem de votos em 2022 maior do que em 2018.

    Ou seja, de 3 a 15% da população de cada uma destas cidades, que em 2018 votou em Bolsonaro, mudou seu voto após 4 anos.

    Tirando a média aritmética das diferenças destas 21 cidades, temos que em cada cidade, em média 10% da população que em 2018 votou em Bolsonaro, mudou seu voto após 4 anos.

    Observe também que em 2018, Bolsonaro venceu todas estas 21 cidades, já em 2022 ele venceu em 17 destas 21 cidades.

    Isto nos mostra que, em 4 anos no papel presidente do Brasil, este candidato perdeu muitos dos seus eleitores, tanto nas cidades com melhores índices FIRJAN, como naquelas com piores.

    Assim, não é o Nordeste o único “culpado” por hoje termos um presidente diferente, mas a “culpa” também se deve aos eleitores das outras regiões do país, incluindo estas 21 cidades do Rio de Janeiro, que em 4 anos puderam refletir sobre a escolha que realizaram.

    Imagem de capa

    Fonte das informações: TSE
    Infográfico: G1

  • Governo Federal cria Departamento voltado para a Educação Midiática: o que isso significa? 

    Governo Federal cria Departamento voltado para a Educação Midiática: o que isso significa? 

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    Autores

    Texto escrito por Cesar Augusto Gomes

    O novo governo federal que tomou posse no último dia 1º de janeiro de 2023 criou o Departamento de Direitos na Rede e Educação Midiática, subordinado à Secretaria de Políticas Digitais, dentro da nova estrutura da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. A louvável iniciativa suscita alguns questionamentos: O que este governo entende por Educação Midiática? Quais serão as ações desse departamento? O que precisa ser feito a partir de agora?

    O que é Educação Midiática? 

    Primeiro é importante explicar do que se trata a Educação Midiática. Não está claro, até porque recente, o que este governo entende por Educação Midiática. O conceito deve ser definido nas primeiras reuniões e dependendo das pessoas colocadas em sua coordenação, deve ser adotada uma linha de pensamento. Há muitos autores que falam sobre o tema e há também muita confusão em relação aos termos, principalmente porque em sua maioria são traduzidos da língua inglesa. 

    Eu adoto a definição do britânico David Buckingham, para quem:

    A Educação Midiática é o processo de ensino e aprendizagem sobre a mídia, também chamada de Educação para a Mídia. 

    Ainda para esse autor, a Educação Midiática é o resultado do Letramento Midiático, que seria uma forma de letramento crítico, isto é, envolve análise, avaliação e reflexão crítica sobre os meios de comunicação (1). Por essa definição, um departamento voltado para o tema teria a função de educar para os meios de comunicação em geral, incluindo aí os “novos” veículos de mídias exclusivamente digitais, sobretudo os de mídias sociais. No entanto, se adotada outra linha de pensamento, o viés pode ser outro.

    Quais serão as ações desse departamento?

    O Departamento, criado por meio do decreto nº 11.362, de 1º de janeiro de 2023 diz, em seu artigo 25, o seguinte:

    Art. 25. Ao Departamento de Direitos na Rede e Educação Midiática compete:

    I – desenvolver e promover medidas de proteção a vítimas de violação de direitos nos serviços digitais de comunicação, em articulação com Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Ministério de Mulheres e Ministério da Igualdade Racial;

    II – auxiliar na proposição e na implementação de políticas públicas para promoção do bem-estar e dos direitos da criança e do adolescente no ambiente digital em articulação com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania;

    III – auxiliar na formulação, articulação e implementação de políticas públicas de educação midiática, em articulação com o Ministério da Educação; e

    IV – apoiar a formulação de políticas e de metas relativas à Internet, à proteção de direitos e à segurança na rede, no âmbito das competências da Secretaria.

    O desenho de suas competências (um inciso apenas dedicado à questão da Educação Midiática) faz supor que o assunto terá um peso menor no Departamento e que o foco principal será o de proteger os direitos e a segurança dos cidadãos nas redes. O fato de planejar realizar seus projetos articulados ao Ministério da Educação suscita a pergunta do porquê o Departamento não está na estrutura do referido ministério, que em teoria, já deve ter políticas desenvolvidas sobre o assunto.

    Apesar disso, o Presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação (ABPEducom), professor Ismar de Oliveira Soares, em texto para o site da entidade, afirma que o decreto

    “ao ser assinado no primeiro dia do mandato presidencial, revela o resultado positivo de uma mobilização advinda de muito setores da sociedade, que se fizeram presentes no período de elaboração de proposta a ser adotada pelo futuro governo”

    Certamente, a inclusão formal de um departamento para cuidar do tema é um primeiro grande passo para que se possa prestar mais atenção ao assunto, embora a educação para a mídia (não expressamente) esteja entre os objetivos estabelecidos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o que implica dizer que o departamento nasce com, pelo menos, cinco anos de atraso e que a temática foi ignorada (premeditadamente ou não) pelos governos anteriores (Temer e Bolsonaro, diga-se).

    Um pouco da história da relação comunicação-educação

    A inter-relação comunicação/educação data de quando o pedagogo francês Célestin Freinet (1896-1966) introduziu ainda nos anos 1920 em suas aulas a técnica do jornal escolar. Mario Kaplún (1923-1998) – professor e jornalista argentino, crítico da comunicação e ávido por outro modelo – inspirado em Freinet, cria o neologismo “Educomunicador”, ao denominar aquele que realiza essa comunicação educativa. A partir da crítica da Educação Bancária elaborada por Paulo Freire (1921-1997), Kaplún relaciona sua proposta à concepção de educação libertadora, defendida pelo brasileiro.

    Por sua vez, Freire avalia que “A educação é comunicação, é diálogo, na medida em que não é transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados” (2).

    Já o colombiano Jesús Martín-Barbero (1937-2021), teórico da comunicação na América Latina, aborda o surgimento de um ecossistema comunicativo relacionando-o à comunicação e criticando a centralidade do sistema educacional no livro e na escola, defendendo que a comunicação – em função das novas tecnologias e de um ambiente de informação e conhecimento múltiplo, descentralizado em relação ao sistema educacional – não pode mais ser conduzida com uma visão linear. 

    Mais recentemente no Brasil cabe destacar o já citado professor Ismar de Oliveira Soares, um dos precursores dos estudos de Educomunicação no Brasil (com livros publicados desde 1982), a professora Maria Aparecida Baccega (com artigos para a revista Escola de Comunicação e Artes da USP “Revista Comunicação & Educação”) e José Manuel Moran (que em 1993 publicou, dentro de uma proposta educomunicativa, o livro “Leitura dos Meios de comunicação”). 

    É importante lembrar ainda do legado de José Marques de Melo “Um dos primeiros teóricos brasileiros a demonstrar interesse com práticas educomunicativas especificamente com a leitura do jornal na escola enquanto estímulo à cidadania” (3). O teórico serviu como base para outros estudiosos, dentre os quais Maria Alice Faria (que no início dos anos 1990 publicou o livro “Como usar o jornal na sala de aula”) e Gilberto Dimenstein (que em 1999 lançou o livro “O cidadão de papel”, que discute a função do jornal no contexto de práticas escolares e na formação de cidadãos).

    O que precisa ser feito?

    Para se saber o que vai acontecer na prática será necessário olhar o perfil dos diretores e coordenadores do departamento, de quem ainda não se tem notícia até a publicação deste texto. No entanto, é possível refletir sobre o que precisa ser feito para que se implemente de fato a Educação Midiática no país.

    Em primeiro lugar é preciso fugir do imediatismo e das soluções ingênuas. Não há respostas prontas, tampouco fórmulas mágicas. Pode-se partir de projetos aplicados em outros países ou até mesmo no Brasil, como o Educom.radio, uma parceria entre o Núcleo de Comunicação e Educação (NCE) da Universidade de São Paulo (USP) com a prefeitura de São Paulo, no qual se trabalha com a linguagem radiofônica e a elaboração, pelos professores e alunos conjuntamente, de projetos educomunicativos solidários e integrados às práticas curriculares.

    Em segundo lugar, é preciso pensar sobre qual educação midiática queremos:

    • Formar para o uso das ferramentas de tecnologia digital com o intuito de fazer girar a roda do consumo cultural de forma alienante ou de conscientizar para as armadilhas do consumo? 
    • Formar para o cidadão ter mais uma ferramenta para acessar e reivindicar os seus direitos, buscar mais cidadania e mais democracia ou para clamar por um Golpe de Estado?

    Por último (ao menos neste texto), é preciso investir pesadamente na formação de professores para que se passe do uso apenas funcional da tecnologia (pesquisa de conteúdo e trabalhos escolares) para o uso crítico das mídias, ou seja, uma compreensão mais ampla dos contextos sociais, econômicos e institucionais da comunicação e como eles afetam as experiências e práticas das pessoas, conforme preconiza Carmen Luke (4). 

    Há uma gama de alternativas, no entanto, escolher quais serão aplicadas e quais serão abandonadas não pode ser uma decisão centralista, mas dialogada com pesquisadores, especialistas em educação, comunicadores e professores. Até porque o que funciona na escola pública pode não funcionar em instituições privadas e cada comunidade e instituição tem que debater e discutir suas necessidades, bem como suas possibilidades. E o governo tem que estar aberto a esse debate. 

    Por fim, no poema “Os Votos“ (5), o jornalista Sérgio Jockymann diz numa estrofe: 

    Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro porque é preciso ser prático. E que pelo menos uma vez por ano você ponha uma porção dele na sua frente e diga: Isto é meu. Só para que fique claro quem é o dono de quem”.

    Sugiro que façamos o mesmo com a tecnologia. Vamos colocá-la na mesa e dizer que somos nós quem decidimos os rumos que ela deve tomar para nos ajudar a melhorar enquanto humanidade. E não como acontece atualmente, momento em que estamos subordinados aos interesses das Big Techs e de grupelhos antidemocráticos e negacionistas. A Educação Midiática é ferramenta imprescindível para se conseguir isso.  

    *  O autor é Mestre em Divulgação Científica e Cultural (Unicamp, 2023), Especialista em Educomunicação, Coordenador de Informatização Escolar da Secretaria da Educação de Valinhos e professor da escola pública. 

    Para saber mais: 

    1. BUCKINGHAM, David. Media education: Literacy, learning and contemporary culture. John Wiley & Sons, 2013.  Disponível em: <https://bit.ly/2ClZLwl>. Acesso em 15 jan. 2023 (p. 37-38).
    2. FREIRE. Paulo. Extensão ou Comunicação. Tradução de Rosisca Darcyde Oliveira.  prefácio de Jacques Chonchol. 8ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1985 (p. 46).
    3. XAVIER, Manassés Morais; NASCIMENTO, Robéria Nádia Araújo. Jornalismo digital na escola: narrativas de uma prática educomunicativa. Universidade Estadual da Paraíba. Campina Grande. mar. 2011. Disponível em: http://bocc.ufp.pt/pag/xavier-nascimento-jornalismo-digital-na-escola.pdf Acesso em 15 jan. 2023 (p. 32) 
    4. LUKE, Carmen. Cyber-schooling and technological change: Multiliteracies for new times. ln B. Cope and M. Kalantzis (Eds), Multiliteracies: literacy learning and the design of social futures. 2000. Apud. BUCKINGHAM, David. Media education: Literacy, learning and contemporary culture. John Wiley & Sons, 2013.  Disponível em: <https://bit.ly/2ClZLwl>. Acesso em 15 jan. 2023.
    5. O referido poema circulava na internet, há algum tempo, creditado como sendo do poeta francês Victor Hugo. No entanto, a obra pertence ao jornalista, romancista, poeta e dramaturgo brasileiro, nascido no Rio Grande do Sul, chamado Sérgio Jockymann, falecido em 2011, aos 80 anos. Ficou conhecido por seu trabalho na área de comunicação do estado gaúcho e por suas atuações como dramaturgo no teatro e na televisão. O texto em questão foi publicado por ele na edição de 30 de dezembro de 1978, do jornal Folha da Tarde, do Rio Grande do Sul – em plena ditadura militar. (História da canção ‘Amor pra Recomeçar’, de Frejat, disponível no site da rádio Nova Brasil FM)

    Referências Bibliográficas:

    BRASIL. Decreto nº 11.362, de 1º de janeiro de 2023. Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e remaneja cargos em comissão e funções de confiança. Brasília, DF: Presidência da República. 2023. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/decreto-n-11.362-de-1-de-janeiro-de-2023-455353678 Acesso em 15 jan. 2023.

    Como citar:  

     

    Sobre a imagem destacada:

    Fotos de xxxx. Arte por xxxx.

  • Entendendo O Novo Ensino Médio: Sua Lógica E Promulgação

    Dentro de um período em que vivenciamos uma pandemia global, em que a área educacional sofreu com a tentativa de adaptação para um ensino remoto, tivemos também outras estruturações no ensino básico brasileiro. Em 2017, foi promulgada a nova Base Nacional Comum Curricular, documento direcionador do currículo de toda a educação básica no país. Juntamente, também foi promulgada a reforma do ensino médio, que se popularizou como “novo ensino médio”, que está sendo implementado agora, no ano de 2022. Nesse sentido, vamos discutir sobre esse novo ensino médio, sua implementação e as problemáticas envolvidas nessa proposta.

    Como o novo ensino médio foi pensado?

    Antes de mais nada, vamos pensar um pouco em como ela foi pensada e promulgada, e o que está determinado em sua estrutura legal. Primeiramente, pensemos no momento histórico que o documento foi desenvolvido. No ano de 2016, o Brasil sofreu um duro golpe com a retirada da presidenta Dilma Rousseff de seu cargo, assumindo o vice Michel Temer. O governo de Temer baseou-se em uma agenda neoliberal, centralizando o debate em lógicas de mercado e de propostas individualizantes.

    Essa característica pode ser observada na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que estava sendo pensada e estruturada ainda no governo Dilma, mas foi rapidamente modificado para atender essa lógica neoliberal. A própria BNCC já tem a estrutura do novo ensino médio, promulgadas juntas na Lei 13.415 no dia 16 de fevereiro de 2017. Uma característica importante que deve ser analisada aqui é a velocidade da promulgação dessa nova lei, estratégia adotada para não existir um debate sério e crítico entre os professores, acadêmicos e sociedade sobre essa nova proposta.

    Esse debate em outros lugares…

    Sob o mesmo ponto de vista, Costa e Silva (2019) afirmam que a lógica de implementar uma nova estrutura para o ensino médio parte de uma tentativa de copiar o modelo norte-americano financiado por Bill Gates. Já aqui em terras tupiniquins, no governo de Temer, o financiamento e a própria reestruturação do currículo do ensino médio foi principalmente feita pela fundação Lemann. Por certo, a lógica neoliberal já pode ser analisada aqui mesmo: no lugar de procurar acadêmicos da área ou as estruturas curriculares já estabelecidas no Brasil – como as Diretrizes Nacionais Curriculares, o MEC decidiu abraçar a lógica mercadológica e empresarial.

    Por causa da lei que estabelece um prazo de cinco anos para o cumprimento da reestruturação do currículo escolar, estamos observando o início de sua implementação real apenas agora, em 2022, com previsão para durar até 2027. Considerando que são modificações muito expressivas, as escolas têm apresentado grandes dificuldades em se adaptar e conseguir cumprir com esse novo modelo. Mas o que exatamente é o novo ensino médio?

    O novo ensino médio: discurso de uma lógica neoliberal 

    Essa nova lei nos mostra duas grandes mudanças no ensino médio. Inicialmente, analisaremos a carga horária exigida. Inicialmente, a LDB propunha uma carga de 800 horas anuais para o ensino médio. A nova lei estabelece uma carga horária de 1400 horas. Isso implica que necessariamente que o curso de ensino médio será em período integral. Qual o apoio financeiro e estrutural que as escolas receberão para conseguir abraçar e manter uma quantidade maior de estudantes? Como esses estudantes irão se alimentar durante esse período? Estudantes que já precisem trabalhar por necessidade familiar, terão apoio financeiro? Essas questões ficam pouco claras quando analisado o documento legal.

    Porém, é na segunda parte em que percebe-se a grande diferença: os itinerários formativos. Basicamente, os estudantes podem escolher dentre 10 itinerários o que eles querem cumprir. Cada itinerário contém ou uma ou duas áreas do conhecimento. O estudante pode escolher um itinerário que seja apenas da área de Matemática, ou um que seja de Ciências da Natureza e Linguagens e suas tecnologias, por exemplo. Todos os itinerários estão disponíveis para analise no site do novo ensino médio de São Paulo.

    Captura de tela do site do novo ensino médio de São Paulo, com o texto:
Áreas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e Linguagens e suas Tecnologias – Cultura em movimento: diferentes formas de narrar a experiência humana;

Áreas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias – Meu papel no desenvolvimento sustentável;

Área de Linguagens e suas Tecnologias – #SeLigaNaMídia;

Áreas de Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – Ciências Humanas, Arte, Matemática. #quem_divide_multiplica

Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – Superar desafios é de humanas;

Áreas de Linguagens e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e suas Tecnologias – Corpo, saúde e linguagens.

Área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias – Ciência em ação!;

Áreas de Linguagens e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias – Start! Hora do desafio!

Área de Matemática e suas Tecnologias – Matemática conectada;

Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – Liderança e Cidadania.
    Itinerários formativos ofertados no novo ensino médio. Fonte: Secretaria de Educação do Estado de São Paulo

    Pensemos pelos estudantes…

    Em outras palavras, os estudantes fazem a escolha no primeiro ano do ensino médio e gradualmente a carga horária do itinerário vai aumentando.

    Vamos apenas relembrar aqui que estamos falando de pessoas, menores de idade, com cerca de 13 a 17 anos, supostamente escolhendo sua trajetória de ensino.

    No primeiro ano, o estudante ainda tem uma grade curricular com todas as áreas do conhecimento. Todavia, no último ano, o currículo padrão para todos os estudantes conta apenas com as disciplinas de matemática e língua portuguesa, e o restante da carga horária sendo atribuída às disciplinas do itinerário escolhido. Resumidamente, um estudante que “optar” pelo itinerário de matemática não terá nenhuma disciplina de ciências humanas e suas tecnologias no último ano do ensino médio.

    Mais do que isso, a noção de opção não é tão “livre” e tranquila assim, para os estudantes. Segundo as próprias orientações da secretaria do Estado de São Paulo, as escolas não têm a obrigação de oferecer todos os itinerários formativos, apenas os itinerários que o corpo docente tiver a possibilidade de ofertar.

    Portanto, pode-se colocar muitas questões sobre essa reestruturação do novo ensino médio

    Os estudantes conseguirão se formar cidadãos críticos com um currículo que excluiu áreas do conhecimento? Como esses professores nas escolas conseguirão adaptar a rotina para esse novo currículo? Qual o apoio estatal que as escolas estão recebendo para a adaptação do ambiente escolar? Quais as vantagens de uma mudança tão brusca na formação no ensino médio? Se os estudantes quiserem um itinerário formativo não ofertado por sua escola atual, poderão mudar de escola? Quais as condições de uma vasta oferta de itinerários em cidades interioranas com apenas uma escola de ensino médio, por exemplo?

    Essas questões, que deveriam ser respondidas e organizadas desde o início do debate e da promulgação do novo ensino médio, será desenvolvida pelos professores e estudantes no cotidiano escolar. Assim, a transferência da responsabilidade das respostas dos anseios dos estudantes estará unicamente voltada para quem vivencia a realidade das escolas: os professores.

    Retornando para as questões do novo ensino médio como currículo, podemos entrar posteriormente em um outro debate sobre organização de indivíduos e como governá-los.

    A individualização como base: conhecer para governar

    A análise que focaremos, a seguir, será principalmente sobre a estrutura do currículo e as suas relações múltiplas. No caso, o currículo do novo ensino médio é um exemplo extremamente parelho ao que Silva (2013) discute sobre autogoverno dos indivíduos.

    A princípio, o currículo é uma forma de organizar o saber para ser calculável, mensurável e apoiar a administração de pessoas. A lógica de “conhecer para governar” também se propõe a ser pensada sobre o autogoverno. Assim, as formas de estruturar o conhecimento dizem sobre as estruturas que os estudantes conseguem se auto-repreender, de organizar o próprio corpo, seu tempo e ritmo de aprendizagem. Mais do que isso: os conhecimentos necessários para seguir em sua vida adulta.

    Por mais que as formas de saber atuam na forma de como governar, elas agem também no autogovernar. Por exemplo, esse caso no novo ensino médio está na escolha do itinerário formativo e nas disciplinas de projeto de vida e de formação profissionalizante. Dessa forma, conforme a escolha de um itinerário formativo, o currículo coloca como parte fundamental do estudante a responsabilização da própria criação do mensurável e organização do saber governável.

    Além disso, esse processo é individualizante. Primordialmente, entende-se o processo de socialização e de diálogo como essenciais para o desenvolvimento completo do estudante em período escolar. Agora, o estudante tem como momento de formação a escolha de uma trajetória própria, de disciplinas que lhe ensinam a projetar a própria vida, a excluir certos debates de áreas de conhecimento de seu arcabouço formativo. Inegavelmente, a correlação entre o processo individualizante e a base neoliberal estabelecida neste documento fica clara. Responsabilizar a problemática do cotidiano e da vida social apenas no indivíduo é um dos pressupostos dessa doutrina política.

    Como um labirinto, o novo ensino médio apresenta uma diversidade de possibilidades e caminhos. Mas o objetivo traçado e promulgado é chegar no mesmo ponto de solidão, individualização e pensamento neoliberal que ele foi estruturado.

    Outros problemas, difíceis soluções

    Por fim, nos parece óbvio que esse novo ensino médio, apesar do discurso de favorecer o estudante e combater a evasão escolar, não foi pensado em uma realidade brasileira. Com a finalidade de criar uma nova lógica, essa estruturação serve apenas para colocar no debate escolar a individualização, a promoção de uma lógica excludente e que silencia diversos saberes e pessoas. Isto é, a sociedade, de forma geral, vai em breve notar que os estudantes vão viver na contradição discursiva em que, apesar de se afastar das propostas escolares, vão perpetuar os discursos individualizantes e de autogoverno. Por isso, temos hoje a responsabilidade de corrigir muitos erros que esses últimos governos propositalmente fizeram, e o novo ensino médio é nitidamente um deles.

    Para saber mais:

    BRASIL (1996) Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996 BRASIL.

    BRASIL (2017) Novo Ensino Médio, Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. BRASIL.

    COSTA, MO; SILVA, L A (2019) Educação e democracia: Base Nacional Comum Curricular e novo ensino médio sob a ótica de entidades acadêmicas da área educacional, Revista Brasileira de Educação [online].

    SILVA, T T (2013) Alienígenas na sala de aula: Uma introdução aos estudos culturais em educação. Editora vozes.

    O autor:

    Matheus Naville Gutierrez é Mestre e doutorando em ensino de Ciências e Matemática pela UNICAMP e licenciado em Ciências Biológicas pela UNESP. Sempre dialogando sobre educação, tecnologia, ensino superior, cultura e algumas aleatoriedades que podem pintar por ai.

    Este texto foi publicado originalmente no Blog PEmCie

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    Os argumentos expressos nos posts deste especial são dos pesquisadores. Dessa forma, os textos são produzidos a partir de campos de pesquisa científica e atuação profissional dos pesquisadores e foram revisados por pares. Por fim, reitera-se o compromisso Editorial com a qualidade das informações publicadas neste projeto, podendo acontecer revisão do aceite de submissão sempre que observarmos irregularidades e desinformações sendo veiculadas. Os textos publicados são de responsabilidade dos autores e não necessariamente representam a visão do Blogs de Ciência da Unicamp e da Universidade Estadual de Campinas.

  • O Plano Nacional de Pós-Graduação: Pelo fim da negligência

    O Plano Nacional de Pós-Graduação: Pelo fim da negligência

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    Autores

    Texto escrito por Matheus Naville Gutierrez

    O último PNPG teve o fim de sua vigência em 2021. Qual sua importância e quando podemos esperar um novo?

    2023 iniciou com novos ocupantes nas cadeiras legislativas nacionais e no cargo de presidência da república. Na perspectiva de ares mais sérios e comprometidos com a ciência e a educação pública brasileira, podemos esperar a retomada de políticas públicas nessas áreas. A nova ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações, Luciana Santos tem apresentado propostas animadoras, como o aumento da bolsa de pós-graduação e a retomada de recursos bloqueados pelo antigo governo para a área.

    Apesar das perspectivas animadoras, ainda há muito trabalho a ser feito. Uma questão fundamental para o governo federal retomar enquanto necessidade de avanço científico e tecnológico é o Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG). Por que esse documento é essencial para o Brasil, e qual a atual situação dele?

    O que é o Plano Nacional de Pós-Graduação

    Após diversas tentativas de organizar a pós-graduação no Brasil no âmbito nacional, considerando sua estrutura, objetivos e obrigações, foi criado um documento que cumprisse todas essas necessidades. Assim, em 1975 foi promulgado o primeiro Plano Nacional de Pós-Graduação, que aglutinava todas as estruturas gerais dessa formação universitária, que foram inicialmente descritas por Wilson Sucupira juntamente com as obrigações e planejamento que o governo federal cumpriria com a pós-graduação no Brasil. 

    Desde então, já tivemos seis versões dessa política pública. Cada novo plano o documento se expandia, trazendo novas perspectivas para o trabalho dos mestrandos e doutorandos do Brasil. Os PNPGs sempre foram responsáveis por questões como o acesso à pós-graduação, fomento para pesquisas estratégicas, internacionalização e a produtividade. Juntamente, dados sobre a distribuição geográfica, o acesso, e o perfil dos pós-graduandos também consta nesse documento. Analisaremos melhor esses dados através do último PNPG que temos promulgado.

    A importância do PNPG: analisando o último documento promulgado

    Para entendermos melhor a importância de um documento como o PNPG, vamos usar de exemplo o que diz o último que temos em mãos, o Plano Nacional de Pós-Graduação 2011-2020. Escrito em 2010, o documento é separado em dois volumes.

    Iniciaremos com o primeiro volume, que é separado em capítulos que englobam estruturações essenciais para a atividade da pós-graduação ao decorrer de sua vigência. Análise da situação que a pós-graduação se encontrava, projeções de crescimento, sistemas de avaliação, relações entre a pós-graduação e empresas privadas e diretrizes para o financiamento de pesquisas são alguns dos principais pontos que estão descritas nessa primeira parte.

    Já no segundo volume, o foco é em discutir perspectivas para o futuro da pós-graduação para a década seguinte. Para isso, apresenta-se áreas de atuação consideradas essenciais, como cultura, ciências agrárias, a floresta Amazônica, abastecimento energético e o setor espacial brasileiro. 

    Por si só, todos os parâmetros estabelecidos nesses dois volumes já nos mostram a necessidade de termos um PNPG atualizado, envolvida intimamente com a sociedade e com os meios acadêmicos. Só para exemplificar, pode-se pontuar o surgimento do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG), que foi estruturado nesse PNPG e iniciou seus trabalhos em 2019. Conforme a descrição no capítulo 8 do volume 1 do PNPG, o SNPG analisa, pontua e garante a continuidade dos trabalhos propostos no documento.  

    Contudo, é notável que esse PNPG tem sua vigência até o ano de 2020, e já estamos em 2023. Qual a situação do próximo documento?

    Onde está o Plano Nacional de Pós-Graduação 2021-2030?

    A situação da continuidade desse documento essencial é delicada. Primeiramente, as últimas diretrizes situam que o PNPG deveria fazer parte do Plano Nacional de Educação (PNE), que está em vigência de 2014 até 2024. Certamente, essa seria uma decisão difícil pelo tamanho e objetivos da pós-graduação no Brasil. Desse modo, o meio acadêmico ficaria sem nenhum amparo nacional até a próxima organização de um novo PNE.

    No entanto, em junho de 2022 o governo federal estabeleceu uma comissão responsável para a escrita do novo PNPG, com a perspectiva para vigência entre 2021 e 2030. 

    A desorganização política geral nos órgãos educacionais e científicos no governo Bolsonaro não é novidade nenhuma. O governo Bolsonaro foi definido por denúncias de corrupção no Ministério da Educação, negacionismo científico, corte de verbas para a ciência e até mesmo tentativa de inibir o acesso à universidade pública. Por isso fica claro que a pós-graduação, sua organização, desenvolvimento e valorização também não estariam nos planos do antigo governo.

    Visto que estamos vivendo com novas perspectivas políticas e com possíveis valorizações do trabalho científico realizado por pós-graduandos no Brasil, surge a necessidade de pensarmos esse novo PNPG. Por isso, penso que o Ministério da Educação, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o poder legislativo e o meio acadêmico possam juntar forças e reestruturar um novo documento, um novo Plano Nacional de Pós-Graduação.

    O futuro da pós-graduação 

    Essa perspectiva animadora possibilita começarmos a traçar alguns projetos para o futuro da pós-graduação no Brasil. Inevitavelmente, ele passará por uma organização nacional, como o PNPG, que poderá ser feito da maneira que esperamos. Questões como a permanência de estudantes, o aumento das bolsas de estudo, a profissionalização da pós-graduação, a política de cotas, o equilíbrio demográfico regional, todas essas questões podem (e devem) estar nesse próximo documento.

    Ou seja, cabe agora a cobrança, a participação ativa, a organização coletiva e a estruturação de ideias essenciais para conseguirmos avançar com uma pós-graduação que atenda aquilo que esperamos enquanto projeto de nação e de sociedade. Respirar novos ares e novas perspectivas para 2023 e adiante é um alivio e nos enche de esperança. mas o trabalho para o desenvolvimento da ciência e da educação no Brasil vai sempre existir, e continuaremos lutando. 

    Para saber mais:

    Blog PEMCIE; A gratuidade da universidade pública é inquestionável

    PNE – Plano Nacional de Educação

    Plano Nacional de Pós-Graduação – PNPG 2021-2030

    Plano Nacional de Pós-Graduação – PNPG 2011-2020

    Evolução do SNPG no decênio do PNPG 2011-2020

    ANF (Agência Nacional de Notícias das Favelas); Cientista analisa perspectivas na gestão de Luciana Santos

    CNN; Prioridade é aumentar orçamento para bolsas de pós-graduação

    ISTOÉ; O bolsolão do MEC virou o maior escândalo de corrupção do governo Bolsonaro

    TERRA; Matéria do ‘JN’ critica negacionismo científico de Bolsonaro

    ESTADÃO; Governo Bolsonaro manda cortar 87% de verbas para ciência e tecnologia

    O autor:

    Matheus Naville Gutierrez é Mestre e doutorando em ensino de Ciências e Matemática pela UNICAMP e licenciado em Ciências Biológicas pela UNESP. Sempre dialogando sobre educação, tecnologia, ensino superior, cultura e algumas aleatoriedades que podem pintar por ai.

    Este texto foi publicado originalmente no Blog PEmCie

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    Os argumentos expressos nos posts deste especial são dos pesquisadores. Dessa forma, os textos são produzidos a partir de campos de pesquisa científica e atuação profissional dos pesquisadores e foram revisados por pares. Por fim, reitera-se o compromisso Editorial com a qualidade das informações publicadas neste projeto, podendo acontecer revisão do aceite de submissão sempre que observarmos irregularidades e desinformações sendo veiculadas. Os textos publicados são de responsabilidade dos autores e não necessariamente representam a visão do Blogs de Ciência da Unicamp e da Universidade Estadual de Campinas.

    Como citar:  

     

    Sobre a imagem destacada:

    Fotos de xxxx. Arte por xxxx.

  • Ciência e Política no Brasil de 2023

    Não é incomum ouvirmos que as instituições democráticas brasileiras são consolidadas e não há risco de golpes contra a democracia. Há, por outro lado, quem aponte que a democracia vem sofrendo ataques desde o questionamento da validade das urnas em 2014 (ou mesmo antes desse evento), por exemplo. Em outros estudos, também se aponta existir a exacerbação de discursos fascistas desde as manifestações de 2013, em nosso país.

    Ao longo dos últimos anos, vimos crescer em nosso país movimentos reacionários de direita e extrema-direita, ocupando altos cargos do executivo e legislativo. Direitos políticos, trabalhistas e sociais sendo diariamente questionados e limados do cenário cotidiano. Desde falta de informações seguras na crise sanitária até cortes orçamentários que garantiam preços acessíveis à alimentação (com o desmantelamento dos CONABs, por exemplo) – vimos uma política que agia rotineiramente estabelecendo desigualdade social como parte das políticas públicas em todos os setores sociais.

    Eleições 2022

    O período eleitoral foi marcado por desinformação e o que se costumou chamar “guerra de narrativas” (por exemplo, nestas reportagens aqui e aqui). No campo institucional público, vimos perfis de redes sociais sendo fechados a fim de que não houvesse quaisquer indícios de comunicação que ferissem a lei eleitoral.

    Por outro lado, tanto redes sociais, quanto comícios foram palco de intensa disputa em uma eleição que culminou na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. Pela primeira vez, desde a implementação da reeleição, o presidente da situação não ganha a eleição em nosso país. 

    Durante o período de transição, vimos representantes do atual governo divulgando graves análises de como o Brasil vinha sendo governado. O Relatório do Grupo de Transição foi divulgado de forma pública, no dia 22 de Dezembro de 2022.

    A primeira semana do atual governo

    Enquanto assistíamos, ao final de 2022, ao ex-presidente Jair Bolsonaro abandonando seu cargo às vésperas da posse do atual presidente, também alimentávamos expectativas acerca do que nos aguardava para a posse do atual presidente Lula da Silva.

    Em uma das cerimônias de posse com maior delegação internacional do mundo, o presidente Lula e o vice-presidente Alckmin assumiram o governo, dia 1º de Janeiro, com anúncios de possíveis retaliações de acampados e defensores do antigo presidente. A fuga do ex-presidente, fato sem precedentes na história brasileira, gerou um dos maiores espetáculos de posse e transmissão da faixa a um presidente, com representatividade de diversidade, noticiados no mundo todo como um marco na política brasileira. O simbolismo representando o povo brasileiro entregando a faixa presidencial é, definitivamente, uma das imagens mais impressionantes da história recente.

    A primeira semana de governo contou com a posse de 37 ministros, que discursaram ao lado de secretários que os acompanharão nas políticas públicas nacionais. Os discursos dos ministros, amplamente televisionados e transmitidos em canais on-line na internet, foram comentados por especialistas, analíticos, políticos, jornalistas e canais de comunicação diversos. A primeira reunião ministerial teve cobertura pela TV Brasil.

    Várias destas personalidades demarcaram a diferença entre governos anteriores – em especial fazendo uma contraposição ao ex-presidente Bolsonaro.

    Ressaltamos, nesse sentido, a fala monumental do Ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Sílvio de Almeida: “vocês existem e são valiosos para nós”, referindo-se às pessoas que tiveram seus direitos aviltados nos últimos anos de governo.

    Enquanto isso…

    Nas redes sociais, o ex-presidente segue comunicando grandes feitos de seu governo. Inclusive com algumas mensagens que podem sugerir que ele ainda é representante do executivo nacional.

    Perfil oficial da rede social Twitter Ex-presidente Jair Bolsonaro, com descrição de perfil em que consta ainda o cargo de “Presidente” (captura de tela no dia 09 de Janeiro de 2023)
    Captura de tela de um tweet do perfil oficial do Ex-Presidente, datado de 3 de janeiro de 2023, com “anúncio de redução de tarifa” como medida de governo. (captura de tela no dia 09 de Janeiro de 2023)

    Os acampamentos de pessoas apoiadoras de Bolsonaro seguiam em frente aos quartéis desde o final das eleições, por todo o país. Ao final de 2022, alguns atos de violência e ameaças foram deflagrados, com busca e apreensão de armas e explosivos em alguns destes acampamentos – em especial na capital brasileira (como nos casos apurados e noticiados aqui e aqui).

    Vídeos e prints de mensagens desinformativas seguiam sendo denunciadas, sem sucesso.

    8 de janeiro de 2023

    Com um silêncio sem precedentes de autoridades policiais – e governador responsável – vimos grupos de bolsonaristas invadir o patrimônio nacional – os prédios dos governos Executivo, Legislativo e Judiciário. Depredação, roubo e destruição aconteceram, enquanto aguardávamos alguma ação incisiva para o que muitos chamavam de “manifestantes”.

    Em uma tarde intensa, acompanhamos chocados o ataque terrorista ao patrimônio brasileiro em uma inquestionável ação antidemocrática.

    Ao final da tarde, ainda estarrecidos, vimos a ação policial ter início, prendendo os responsáveis pelos atos de destruição dos prédios do governo. Também presenciamos o pronunciamento do Governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha, apontando que “não se sabia a proporção” que o evento, que já vinha sendo acompanhado e denunciado, tomaria. O Ministro da Justiça Flávio Dino também se pronunciou oficialmente apontando falha na segurança conduzida pelo governo do Distrito Federal. Em seguida a isto, o Presidente Lula, que estava em Araraquara, assina um decreto, pronunciado publicamente em coletiva à imprensa, com transmissão ao vivo, com intervenção federal até o final deste mês, no Distrito Federal.

    O Blogs de Ciência da Unicamp e o Especial Ciência e Política

    Não é a primeira vez que o Blogs da Unicamp posiciona-se frente a questões políticas. É com uma imensa tristeza que vemos um ataque violento e terrorista contra nosso patrimônio e a democracia, conquistada com tanta luta, em nosso país. É contra quaisquer atos desta natureza que nos posicionamos e seguiremos nos posicionando.

    Mais do que isso, no entanto, é importante que nosso cotidiano seja mais do que um apoio declarado à democracia. Neste sentido, reafirmamos o trabalho e compromisso do projeto, com a ciência e o acesso democrático à informação acadêmica, técnica e científica, abrindo novamente o Especial Ciência e Política para análises e debates acerca da política nacional, pela Rede de Blogueiros do projeto – e pesquisadores convidados. Nosso intuito é aprofundar o debate, possibilitando uma compreensão maior acerca do que vem ocorrendo no cenário contemporâneo, buscando um diálogo com a sociedade.

    Quer publicar no Especial Ciência e Política? Confira as Regras de Publicação

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    Os argumentos expressos nos posts deste especial são dos pesquisadores. Dessa forma, os textos são produzidos a partir de campos de pesquisa científica e atuação profissional dos pesquisadores e foram revisados por pares. Por fim, reitera-se o compromisso Editorial com a qualidade das informações publicadas neste projeto, podendo acontecer revisão do aceite de submissão sempre que observarmos irregularidades e desinformações sendo veiculadas. Os textos publicados são de responsabilidade dos autores e não necessariamente representam a visão do Blogs de Ciência da Unicamp e da Universidade Estadual de Campinas.

  • Anosmia e ageusia

    Anosmia e ageusia

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    Autores

    Texto escrito por Giulia Bonafé e João Gabriel de Q. Manrique

    Como citar:  

     

    Sobre a imagem destacada:

    Fotos de Людмила-Шалимова no Pexels e Domínio Público. Arte por Clorofreela.

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  • Um dinossauro pescoçudo nanico é o mais novo dinossauro brasileiro

    Um dinossauro pescoçudo nanico é o mais novo dinossauro brasileiro

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    Autores

    Texto escrito por Aline Ghilardi

    Como citar:  

     

    Sobre a imagem destacada:

    Reconstituição da nova espécie de dinossauro anão de Ibirá. Arte por Matheus Gadelha.

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  • Divulgação científica em trajetórias aleatórias da vida (ou “qual o caminho eu devo tomar?”)

    Divulgação científica em trajetórias aleatórias da vida (ou “qual o caminho eu devo tomar?”)

    Recentemente, eu escrevi um texto, a partir de algumas frases comuns de estudantes da Unicamp, ou outros espaços, que eu acompanho. Eu finalizei este texto perguntando para onde gostaríamos de ir com nosso trabalho. Parece-me que é uma pergunta importante em tempos de divulgação científica, especialmente em redes sociais, em que parte da nossa rotina…

    Como citar este texto:

    Ana de Medeiros Arnt

    Divulgação científica em trajetórias aleatórias da vida (ou “qual o caminho eu devo tomar?”)

    Blogs de Ciência da Universidade Estadual de Campinas

    V.8, N. 12, 2022

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    Autores

    Texto escrito por Ana de Medeiros Arnt no blog PEMCIE.

    Como citar: 

    Ana de Medeiros Arnt

    Divulgação científica em trajetórias aleatórias da vida (ou “qual o caminho eu devo tomar?”)

    Blogs de Ciência da Universidade Estadual de Campinas

    V.8, N. 12, 2022

     

    Sobre a imagem destacada:

    Foto disponibilizada pelo Canva Pro. Arte por Clorofreela.

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  • Bolsas e produção científica no Brasil: os cortes orçamentários da CAPES

    Bolsas e produção científica no Brasil: os cortes orçamentários da CAPES

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    Autores

    Texto escrito pela Equipe Editorial do Blogs de Ciência da Unicamp

    Muitas pessoas não compreendem o papel dos bolsistas na construção do conhecimento científico brasileiro. Em geral, costumamos chamar de “curso de pós-graduação” as etapas de formação que acontecem posteriormente a cursos de ensino superior. Qual o objetivo destes cursos e qual o motivo de termos bolsas de pesquisa?

    Ao contrário do que muitos imaginam, as etapas de pós-graduação não são apenas etapas de “estudos” (no sentido de assistir aulas). Tanto o mestrado, quanto o doutorado, têm como objetivo a realização de uma pesquisa, dentro de um grupo de pesquisa, com um supervisor capacitado (um cientista cadastrado) em uma instituição de pesquisa — em geral, no Brasil, uma universidade.

    E qual o motivo de estas pessoas ganharem uma bolsa? 

    Aqui no Brasil, a verba destinada ao pagamento destas etapas de trabalho de pesquisa são bolsas. Infelizmente, não temos ainda este trabalho regulamentado e legitimado para obtenção de direitos trabalhistas, como férias, 13º salário, contabilização de tempo e contribuição para a aposentadoria e outros direitos. Isto mesmo que estás lendo: cientistas brasileiros ganham bolsas para desenvolver trabalhos de pesquisa e não há direitos trabalhistas para o desenvolvimento deste trabalho!

    É bom lembrar que a pós-graduação (mestrado e doutorado) são etapas de formação que acontecem em pessoas que possuem uma idade acima de 21 anos, em geral. Neste caso, estamos falando de adultos, com responsabilidades financeiras a serem cumpridas (moradia, alimentação, saúde, transporte e outras contas pessoais). As bolsas financiadas por órgãos de pesquisa — como CAPES, CNPq, FAPESP e outras instâncias — exigem dedicação exclusiva. Ou seja, não é possível ter renda fixa em outros empregos quando se é contemplado com bolsa!

    A bolsa não é um favor: é pagamento por trabalho prestado

    Quando somos contemplados com uma bolsa, temos um prazo para cumprir determinadas etapas de uma pesquisa. No caso do mestrado, são 24 meses e, no doutorado, 48 meses. Ao longo deste tempo, integramos um grupo de pesquisa e atuamos diariamente em experimentos, trabalhos de campo, sala de aula, estudos teóricos, debates, palestras, conferências nacionais e internacionais, escrita de artigos científicos e a escrita da dissertação (no mestrado) ou da tese (no doutorado).

    Estes trabalhos são simultaneamente individuais — pois temos tarefas diárias a serem cumpridas — e coletivas — pois integramos um grupo com uma linha de pesquisa coordenada por um supervisor.

    Neste sentido, nosso trabalho, pago com bolsas, é cooperativo e integra uma produção que não é, nunca, isolada.

    Além disso, cada grupo de pesquisa possui parcerias e convênios com outros grupos — seja na mesma instituição, ou instituições externas, aumentando as possibilidades de produção de conhecimento especializado.

    Por fim, bom lembrar que mesmo com realização de trabalhos diários, o não cumprimento da tarefa final (dissertação e tese, muitas vezes com publicações de impacto), têm como punição a devolução de todo o valor da bolsa, dos meses pagos.

    Quem paga bolsas?

    Aqui no Brasil, bolsas de pesquisa são pagas majoritariamente pelo poder público. Uma das maiores mantenedoras da pós-graduação é a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior – CAPES. A CAPES é uma fundação vinculada ao Ministério da Educação do Brasil que atua na expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu em todos os estados brasileiros. Ou seja, é uma fundação que tem como tarefa, precisamente, fomentar a pesquisa brasileira diretamente, dentro do MEC. Uma das formas mais diretas de fomento à pesquisa brasileira é o pagamento de bolsas!

    As bolsas, todavia, não são pagas de qualquer forma. Para recebê-las são necessários vários pré-requisitos! Por exemplo, o programa de pós-graduação precisa estar bem avaliado pela CAPES. Ou seja: publicar em revistas de qualidade, ter um corpo docente atuante na pesquisa, manter parcerias com outras instituições, possuir projetos de pesquisa aprovados em órgãos de fomento à pesquisa, etc.

    Além disso, cada docente precisa também manter publicações boas e em quantidades altas. Isto é, não é possível adquirir boas notas em um programa de pós-graduação se somente um docente publica muito e os outros não.

    Por fim, as pessoas que recebem bolsas foram aprovadas em um processo seletivo, com provas, entrevistas, escrita de projeto de pesquisa, análise de currículo, análise de renda e, também, análise das condições de atuar na vaga de pesquisa que se está pleiteando.

    As bolsas não são distribuídas aleatoriamente!

    Há um rigoroso processo de seleção para ganhar este pagamento. Lembrando, novamente, que após tudo isto, durante o tempo de trabalho o indivíduo não possui direitos trabalhistas básicos, como fundo de garantia, 13º, tempo de aposentadoria e férias… As bolsas CAPES, além disso, estão sem reajuste de valor há 10 anos.

    O investimento em ciência tem retorno para a sociedade?

    Primeiramente, é importante ressaltar que “investir em ciência” diz respeito a muita coisa. Existe seleção de projetos que contemplam compra e manutenção de recursos (equipamentos, insumos, materiais de laboratório, livros, pagamento de diárias para trabalho de campo e execução de serviços específicos e especializados, etc.). Neste caso, o orçamento é de agências de fomento (CAPES, CNPq, FAPESP, FAPERJ são alguns exemplos) ou das instituições (que podem ter verbas internas para financiar pesquisas, mas normalmente com um valor baixo).

    O espaço físico dos laboratórios em que são feitas as pesquisas; o salário dos cientistas, supervisores e orientadores que coordenam a pesquisa, é, principalmente, das universidades e das instituições de pesquisa (como museus, Embrapas e outros centros nacionais, ou estaduais, como o Instituto Butantan, por exemplo). Ou seja, o orçamento destinado ao espaço físico, salário e estrutura é, neste caso, das instituições.

    As bolsas, que são pagas (como já dissemos anteriormente) por agências de fomento majoritariamente, sustentam o trabalho dos pesquisadores orientados por estes cientistas nestes espaços.

    Dito isto, quanto nosso país investe em ciência?

    No Ministério da Ciência e Tecnologia, tivemos um orçamento de 11,6 bilhões de reais em 2013. Este valor teve uma drástica redução em 2016, passando para menos da metade deste valor, com 5,5 bilhões de reais. No ano de 2021, em plena pandemia, tivemos um valor de 1,85 bilhões de reais. Cerca de 16% do orçamento de 2013!!!

    Em 2021, tivemos a notícia de cortes no Fundo Nacional de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (FNDCT). Este fundo, conforme diz a Revista FAPESP, é a “principal ferramenta de financiamento à pesquisa e à inovação do governo federal, ele é abastecido com receitas de segmentos da economia – como petróleo, energia, saúde, biotecnologia –, recolhidas para os Fundos Setoriais de Ciência e Tecnologia. Em abril, ao sancionar o orçamento de 2021, o governo manteve o bloqueio de parte expressiva dos valores do FNDCT, ignorando a lei aprovada pelo Congresso em 2020 que proibia novos contingenciamentos”.

    Os cortes na ciência não são recentes, nem poucos. O que muda neste momento?

    O que foi anunciado ontem, pela CAPES, é sobre o último corte, realizado através do Decreto n° 11.269, de 30 de novembro de 2022, assinado pelo Presidente Jair Bolsonaro e pelo Ministro da Economia Paulo Guedes.

    Neste comunicado oficial, a CAPES anuncia que o decreto inviabiliza o pagamento de 200 mil bolsistas e 14 mil residentes em todo o país. Além disso, afirma que a verba já estava empenhada, isto é: reservada para este pagamento.

    São 214 mil pessoas que ficarão sem o pagamento, pelo serviço executado no mês anterior, sem aviso em tempo hábil para que tomem qualquer providência e atitude. Tendo em vista os cortes orçamentários já executados em grande parte das universidades públicas, em especial as federais, torna-se inviável uma resolução de emergência para salvaguardar a sobrevivência destas pessoas, com dignidade, neste final de ano.

    Estamos vivendo um momento de extrema precarização propositalmente ordenada pelo executivo nacional. São trabalhadores que, durante a pandemia, seguiram produzindo conhecimento, atuando na linha de frente em hospitais, diagnósticos, pesquisa sobre os vírus, sobre a educação, sociedade, comunidades afetadas pela pandemia.

    Foram profissionais que, ao longo dos últimos anos, nunca se eximiram de atuar para que os efeitos da pandemia fossem o menor possível em todas as áreas de conhecimento. E, mesmo assim, sofrendo golpes, falta de reajustes e adversidades de maior ou menor risco individual e coletivo – seguiram produzindo conhecimento científico e tecnológico.

    Agora, o que vemos, é mais uma tentativa de jogar às trevas um grupo enorme de pessoas que já atuava, mesmo com uma qualificação imensa, de forma extremamente negligenciada, sem salários compatíveis com a realidade brasileira e sua formação especializada.

    Existe verba para pagar estas bolsas?

    A verba já estava empenhada – o que quer dizer que existia dinheiro reservado para isto. De qualquer forma, ao que tudo indica, temos dinheiro para enfrentar este pagamento, sem cair na Lei de Responsabilidade Fiscal. Faltaria, no caso, disposição para tanto, tal como pode ser lido aqui e aqui.

    Nosso posicionamento no Blogs Unicamp

    Viemos aqui, neste documento, ressaltar nosso apoio incondicional à ciência brasileira e ao serviço prestado, de extrema qualidade, por todos os bolsistas de pós-graduação deste país. Pessoas que não se eximem de suas tarefas e responsabilidades frente às adversidades, que têm lutado pela continuidade dos trabalhos dentro de centros de pesquisa e universidades, que vem atuando, mesmo com pagamentos que não garantem a subsistência de si próprios e de suas famílias.

    A ciência brasileira não vive de favor, não está pedindo por caridade: está pedindo seu valor justo de contribuição, frente a serviços prestados ao país e à população brasileira. A comunidade de divulgação científica, da qual fazemos parte com orgulho e admiração, não se eximirá de expressar todo o seu apoio e parceria nesta luta pela continuidade — e melhoria — de condições de trabalho dignos para nossos colegas.

    Onde estão os valores empenhados para o pagamento das bolsas CAPES?

    Até quando veremos a ciência brasileira sendo negligenciada, enquanto a desinformação toma postos de poder em nosso país?

    Juntos, pela ciência, pelos cientistas, por um país que acredita e luta por um espaço de justiça e vida digna, embasados pela produção científica nacional, nós do Blogs Unicamp, seguiremos.

    Equipe Editorial Blogs Unicamp

     

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    Amanda Fonseca Perestrelo Ciências Biológicas – UNICAMP
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    André Lengert Doutorando – Biologia Molecular UNIFESP
    André Roman Balbi UNICAMP
    Andrea de Souza Almeida Doutora na ECA USP
    Andrea Fonseca Pedagogia Univesp
    Andréa Hamminni Pires da Silva Avila Franquetto UENF
    Andréia Teixeira Doutoranda em Letras da PUC Minas
    Anelise Beneduzi da Silveira Bióloga, Dra genética e biologia molecular UFRGS
    Anna Palma Doutorado UFMG
    Anthony Jhoao Fasabi Flores UNICAMP
    Antonio Augusto Passos Videira Doutor em Filosofia/Universidade do Estado do Rio de Janeiro
    Antonio Miguel Professor universitário Unicamp
    ATILA HENRIQUE SILVA SOUZA CIENCIAS BIOLÓGICAS – UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
    Áurea Maria Guimarães Professora Doutora da Faculdade de Educação da Unicamp
    Beatriz Marinho Hörmanseder Bióloga, mestre em Geociências e doutoranda na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
    Bethina Stein Meatrado em andamento – UNICAMP
    Bianca Ninzoli Marques Jornalista Universidade Mackenzie
    Bruna Navarone Santos Doutoranda em Ensino em Biociências e Saúde (PPGEBS/IOC/Fiocruz)
    Bruno dos Santos Pedregosa UFRGS
    Caio Henrique Moura de Almeida Letras, UFMG
    Camila André Cazarin Universidade do Vale do Itajaí
    Camila Roberta da Silva Ribeiro Ciências biológicas -UENP
    Camille Bropp Cardoso UFPR/Unicamp
    Carina Maria Vela Ulian Doutoranda em Biologia Animal pela UFES (Universidade Federal do Espírito Santo)
    CARLA MARIA DA SILVA DIAZ Pós-graduação Unicamp
    Carlos Alexandre de Oliveira Latini Comunicação Social_Faculdade da Cidade ( RJ)
    Carlos Alfredo Joly Biólogo UNICAMP
    Carolina Frandsen Pereira da Costa ilustradora, doutora em biologia celular e estrutural pelo Instituto de Biologia – Unicamp.
    Caroline Brandao Teles Rodrigues Bióloga, Unicamp
    Carollina Martins de Paiva Ribeiro Doutoranda na Faculdade de Educação da UNICAMP
    Cesar Augusto Gomes Mestrando – Labjor/IEL/Unicamp.
    Cesar da Mota Marcondes Pereira Economia PUC-SP
    Cintia Carolina Aguilera Ramos UNICAMP
    Claudia Lemos Vovio Unifesp
    Cláudia Tavares Alves Professora substituta da UFSC
    Claudia Wanderley Pesquisadora Permanente do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência da UNICAMP
    Claudiana Viana Godoy Doutoranda em Geografia, UFPA
    Claudio Cavalcanti Muniz da Rocha IFCE – Tecnólogo em Hotelaria
    Cristiane Checchia Doutora em Letras / docente UNILA
    Cristiano Ruiz Engelke Cientista social FURG
    Cristiele de Almeida Vieira Ufrgs
    Cristine Nobre Nunes educação – UNICID
    Daniel da Silva Silveira Doutor em Educação em Ciências; Universidade Federal do Rio Grande – FURG
    Daniel dos Santos Unicamp/ Doutorado em Linguística Aplicada
    Daniel Martins de Souza Professor do Instituto de Biologia da Unicamp
    Daniela Gonçalves Mattar Arquiteta e tecnologista, CDS – UnB e MCTI
    Daniervelin Renata Marques Pereira doutorado, UFMG
    Davi de Castro Gomes Bacharel em Biotecnologia – Unicamp
    Dr. Eduardo Cardoso Braga Doutorado pela Unversidade Católica de São P|aulo (PUC/ SP). Mestrado em Filosofia pela Universidade de São Paulo – USP
    Edenilson de Sousa Mestrando em Biodiversidade e Conservação pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), Campus Floriano
    Eduardo Akio Sato Mestre em Física pelo Instituto de Física “Gleb Wataghin” – Unicamp. Divulgador de Ciências no Instituto Principia.
    Eduardo Miranda Professor do Instituto de Física da Unicamp
    Eliane Barbosa da Silvia Pós-doutorado, Ufal
    Eliézer Cândido Nascimento História IFG-CAMPUS GOIÂNIA
    Elizabeth Bilsland professora do Instituto de Biologia da Unicamp
    Ellen de Lima Souza UNIFESP
    Eloisa Antunes Maciel Doutoranda Uel
    Emerson Andrade Ferreira dos Santos Bacharel e Mestre em química pela Unicamp
    Emerson Cerqueira Ribeiro Universidade Federal do Recôncavo Baiano
    Erica Mariosa Moreira Carneiro Doutoranda em Ensino de Ciências e Matemática da Unicamp
    Eulália Vera Lúcia Fraga Leurquin UFC
    Evandra Grigoletto UFPE
    Evandro Noro Fernandes Ciências Econômicas Universidade Federal de Santa Maria
    Fabiana Gorricho Costa Mestre em Produção Vegetal (FCAV/UNESP) PROFESSORA DE CIÊNCIAS (ENSINO FUNDAMENTAL II)
    Fabiana Quoos Mayer Doutorado e UFRGS
    Fabrício Moreira Ferreira Universidade Federal de Uberlândia
    Fabrício Souza Campos Dr em Virologia, UFRGS
    Felipe Campelo PhD (Systems Science and Informatics, Hokkaido University); Professor Associado de Ciência da Computação, Aston University.
    Felipe Cassaro Frazatto Nivel superior, Unicamp
    Felipe de Carvalho Mattei Educação Puc Campinas
    Felipe Gustavo Dias Ciências Econômicas – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
    Felipe Mujica Doutorado – Universidade de São Paulo
    Fernanda de Araujo Silva Arquitetura e Urbanismo – PUC Campinas
    Fernanda Lopes de Figueiredo Biológa, doutoranda em Biologia Molecular e Morfofuncional Mo
    Fernanda Sueko ogawa Ciências biológicas – unesp/ Rio claro
    Fernando Bonin Okasaki Aluno de doutorado – Unicamp
    Fernando Luiz Fogliano posdoc Unesp
    Flavio Antonio Maës dos Santos Biólogo – UNICAMP
    Flávio da Costa Gonçalves Mestre em ciências (USP) – Traços Científicos
    Francisco De Arruda Machado IB – UFMT, Prof. Aposentado.
    Gabriel Gonçalves da Silva Graduação – Unicamp
    Gabriel Oliveira dos Santos Doutorando em Ciência da Computação
    Gabriela Aparecida Novaes Estudante de graduação da Unicamp
    Gabriela Brasci Berro Doutoranda em Ecologia, UNICAMP
    Gabriela Castellano física, IFGW/UNICAMP
    Geovanna Rosa Graduada em Direito pela PUCRS
    Giane Silva Higino Química – Doutoranda UNIFESP
    Gildo Girotto Junior Professor Doutor do Instituto de Química da Unicamp.
    Giovana Dantas Bióloga – IPVDF
    Guilherme Antonio Menezes Cereço Licenciarura em Ciências Biológicas – IB
    Guilherme do Val Toledo Prado Pedagogo/Unicamp
    Guilherme Francio Niederauer Superior Completo (Biologia) – UNICAMP
    Guilherme Gonçalves Costa Doutorando em Química do Instituto de Química da Unicamp
    Guilherme Taiyu Makiyama Senac Santo Amaro
    Gustavo Burin Ferreira Doutor em Ecologia pela USP. Posdoc no Museu de História Natural de Londres
    Gustavo Hiroaki Shimizu Biólogo/Unicamp
    Gustavo Shintate CIÊNCIAS DO MAR / UNIFESP
    Heitor Lopes Sartori Graduação em Biologia – UNICAMP
    Helcira Lima UFMG
    Helena Ansani Nogueira Mestranda em Divulgação Científica e Cultural (Labjor/IEL – Unicamp)
    Henrique Ims Bortolozo Educação física – Doutorado em Tocoginecologia FCM Unicamp
    Henrique Sá Earp Matemático | IMECC-Unicamp
    Hilário Fernandes de Araujo Júnior Estatística – Unicamp
    Humberto Ribeiro de Souza Mestre em Física pelo Instituto de Física São Carlos da USP
    Iara de Araujo Capucho Bióloga – UFES
    Iara Regina Fricke Matte Pos-doutorado – UFMG
    Inês Petrucci Livre Docente em Educação Escolar – UNICAMP
    Irene Rabelo Moreira Rodrigues Assistente Social Fac Anhanguera
    Isaac Negretto Schrarstzhaupt Professor/tutor no ICEPi/ES
    Isabel F C Bloise Letras PUCRS/ Biotecnologia IFRS / Toxicologia Analítica UFFCSPA.
    Isabela Viotto Conti Bacharel em biologia pela UNICAMP
    Ítalo Chaud Engenheiro Civil – Universidade de Franca
    Itamar Ferreira |Unicamp
    Ivana Elisa Fricke Matte Rebello Psicóloga – USP
    Ivana Lima Regis Psicóloga UFJF
    Jacqueline Leirner Bacharelado em Artes Plásticas
    Jara Lourenço da Fontoura PROFESSORA/FURG
    Jessica Patricia Soares Jornalista (Ulbra) e Mestre em Comunicação (UFRGS)
    Jhordan Silveira de Borba Mestrando em Física – UFRGS
    João Eduardo Levandoski Mestrando em Engenharia Química – Unicamp
    João Márcio Maciel da Silva Junior UFRJ
    João Victor Palermo Guimarães Gianecchini Graduado e mestrando em Direito pela Universidade de São Paulo
    João Vitor de Alcantara Viana Doutorando – Unicamp
    Joelso dos Santos Peralta Nutricionista e Doutorando no PPG Farmacologia e Terapêutica – UFRGS
    Joice Cruz Jatobá Biomédica pela Universidade Federal de Uberlândia
    Joice Ferreira de Queiroz Doutora UFMS
    Jórdan Fares Sampar Biomedicina e USP
    José Alexandre Gomes Marino Jornalista, formado na Universidade Católica de Minas Gerais
    José Batista de Barros UFPE
    José Felipe Teixeira da Silva Santos Licenciado em Ciências Biológicas – Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-UNICAMP)
    Jose Luiz Proenca Modena Professor doutor, Instituto de Biologia, Unicamp
    José Marcos Dias Ferreira Júnior Licenciatura em Ciências Biológicas, UNICAMP/Instituto de Biologia
    Judil Marrupe UFSC
    Julia Coelho de Souza Doutorado interdisciplinar em Ciências Humanas/ Laboratório de Comercialização da Agricultura Familiar – UFSC
    Julia Dall’Anese Médica Veterinária, Universidade Federal do Paraná
    Juliana Cristina Monteiro Righetto Mestranda pela Universidade Estadual de Londrina
    Juliana de Souza Peçanha UFMS
    Juliana Klostermann Ziemmer Doutoranda em Biologia Vegetal – UNICAMP
    Juliana Rodriguez Camacho Mestranda em Ensino de Ciências e Matemática. IFGW- Unicamp
    Júnior Leandro Gonçalves Professor/Unifesp
    Karina Bruno Lima Mestre e bacharel em Geografia pela UFRGS
    Karla Saraiva Doutora em Educação – UFRGS
    Katia Morosov Alonso Doutora em Educação/UFMT
    Kayol Soares Mayer Doutorado em Engenharia Elétrica/UNICAMP
    Klaus Ramalho von Behr Doutorando CDS UnB
    Larissa Brussa Reis Doutora em Genética e Biologia Molecular, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
    Larissa da Silveira Verona Mestranda – Universidade Estadual de Campinas
    Laura Aguiar Leal Graduanda em Biologia Unicamp
    Laura Frata Bertazolli graduada pela Unicamp
    Laureci Ferreira da Silva Universidade Federal da Bahia
    Lavínia Schwantes Instituto de educação, FURG
    Layla Oliveira de Moraes Mestranda em Ensino de Ciências e Matemática – Unicamp e Técnica em Assuntos Educacionais – Unifesp.
    Leandro R. Tessler Professor IFGW – Unicamp
    Leandro Schlittler Doutorando Faculdade de Ciências Médicas Unicamp
    Leonardo Oliveira Doutorando em Ensino de Ciências e Matemática, UNICAMP
    Leticia Alexandre Estudante de graduação da Unicamp
    Liane Laars Clemente Arquitetura e Urbanismo – FAU UFRJ
    Lilian Cristina Gomes do Nascimento Fisioterapeuta, Dr em Promoção de Saúde. Unifran
    Lívia Okuda Santos Farmácia – Unicamp
    Lovaina Ribeiro Mestre UFSM
    Luana Lopes Amaral Doutora em Linguística e professora da UFMG
    Lucas Arantes Zanetti Doutorando em comunicação – UNESP
    Lucas Oliveira Maia Biólogo, doutor em Ciências Médicas (Unicamp), pós-doutorando Neurociências (UFRN)
    Lucia Carla Oliveira Santos Uesb
    Lucia Wong PPG LETRAS e TRADUÇÃO/FFLCH/USP
    Lucila Pesce Dra. Em Educação, PUC-SP
    Luís Fernando Tófoli professor da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp
    Luiz Bento Doutor em Ecologia – Fundação Cecierj
    Luiza Gabriella Dias de Araujo Superior – Unesp
    Magda de Abreu Vicente Furg
    Maíra de Oliveira Valadares Psicologia UNB
    Manolo Trindade Quintilhan Ecología, IB
    Manuela Serpeloni Mestranda – Universidade Estadual de Londrina
    Mara Regina Lemes De Sordi UNICAMP
    Marcela T. Miranda Doutoranda em Agricultura Tropical e Subtropical, IAC
    Marcelo A. Mori Biomédico, UNICAMP
    Marcelo Firer Professor, Imecc – Unicamp
    Marcelo Monge Egea Pesquisador de Pós-doutorado, Instituto de Biologia, UFU
    Márcia Aparecida Jacomini Unifesp
    Marcia Cançado Doutorado UFMG
    Márcia Rodrigues de Souza Mendonça Doutora em Linguística, Professora do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL-UNICAMP)
    Marcio Baldissera Cure Bel em Gestão Ambiental (UNIPAMPA), MSc em Ecologia (UFSC)
    Marco Aurélio R Vinolo USP
    Marcos Dhionatan Félix Agostinho Ciências Biológicas – UFMT
    Marcus Alexandre Nunes Doutor em Estatística – UFRN
    Marcus Vinicius de Oliveira Latini Médico Veterinário formado pela UFF
    Maria Auxiliadora da Silva Lobão Ciências Sociais – UFBA
    Maria Clara de Lacerda Werneck Matemática – PUC-Rio
    Maria Clara Hallal Doutorado em História – UFPEL
    Maria Clara Rodríguez Sosa Bióloga e mestranda do Programa de Ensino de Ciências e Matemática – UNICAMP
    Maria Cristina de Fátima Pires dos Santos Superior completo UFRJ
    Maria Cristina Ribeiro Colferai Gallinari Adm-
    Maria Dolores Fortes FORTES ALVES Doutorado PUCSP
    Maria Helena Silva Soares Doutora em Filosofia pela UERJ e professora substituta de Filosofia no IFRN Mossoró
    Maria José Mesquita Geologa, Unicamp
    Maria Luísa Neri Campos Ciências Biológicas (em formação) na Universidade Federal de Mato Grosso – Cuiabá
    Maria Luiza de Oliveira Doutoranda Pecim – PPG Multiunidades em Ensino de Ciências e Matemática
    Maria Silvia Viccari Gatti Presidente da Associação de Docentes da UNICAMP
    Mariana Seffrin Doutoranda em Ciências Humanas pelo PPGICH- UFSC
    Mariangela Baccili Zanotto Psicologia PUCCampinas – SP
    Marielle Cristina Schneider Ciências Biológicas, UFMT
    Marina Fontolan Doutora em Política Científica e Tecnológica, Universidade Estadual de Campinas (DPCT/Unicamp)
    Marta de Almeida Doutora História USP
    Marta de Souza Vieira Gestao de Cooperativas- UFNT
    Martin Pareja Professor – Instituto de Biologia UNICAMP
    Marx Oliveira Lima Doutor em Biotecnologia – UFPE
    Mateus Ramos Vendramini Graduação em Engenharia Mecatrônica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
    Mateus Rodrigues Mestrando em Geofísica/ Observatório Nacional
    Mauricio Garcia Geologia – UFPR
    Maurílio Bonora Junior Mestre e Doutorando em Genética e Biologia Molecular no Instituto de Biologia da Unicamp
    Mellanie Fontes Dutra Professora da escola de saúde da Unisinos
    Miguel Leonel dos Santos Gestão em Recursos humanos
    Monica De Bolle Senior Fellow, Peterson Institute for International Economics
    Monique Lima dos Santos Universidade federal de Alagoas
    Monique Maianne da Silva Doutoranda na Universidade de São Paulo
    Myllana Aguiar da Silva Lourenço Licenciada e Mestranda em Filosofia – UFMT
    Natália Canhete de Moraes Doutorado em Química – UFMS
    Nataly Vicente Ferreira UNIFESP
    Nicolly Salomão Ferreira Arquitetura e Urbanismo, Unicamp
    Norma Wucherpfennig Profa. Ma. CEL/ Unicamp
    Omar Dias Lacerda Ufms
    Pamella de Almeida Doutoranda em Linguística Aplicada na Unicamp
    Patrícia Cristiane Gibbert Graduanda de Medicina – UFMT Cuiabá
    Patrícia Maria da Silva Merlo UFES
    Patricia Votto Gomes pós graduação UFSC
    Paula Penedo P. de Carvalho Jornalista na Unicamp
    Paula Pereira Scherre Doutora em Educação. Universidade Estadual do Ceará
    Paula Valente Doutorado – PUC Rio
    Paulo Britto UFBA Engenharia
    Paulo Victor Fernandes Oliveira Bacharel em Relações Internacionais – Universidade Salvador (UNIFACS)
    Pedro Moraes Vieira Veterinário UNB
    Peter Stoltenborg Groenendyk Professor Doutor – Universidade Estadual de Campinas
    Phelipe Lins de Moura Educação Física, UFAL
    Priscila Faulhaber Barbosa UNICAMP
    Rafael Bento Soares Doutor em Biologia Molecular, Pesquisador no Grupo CEDiCiências/Unicamp
    Rafael de Oliveira Lattanzi Vaz Doutor – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro)
    Rafael Francisco Alves Graduando em ciências sociais – Ufal
    Raphaella Fernandes Garcia Borges Bacharel em Arqueologia – Universidade Federal do Rio Grande
    Raquel Lima de Abreu-Aoki UFMG
    Rayssa Karla Silva dos Santos Ufal
    Regina Paula Matos Soares UFRJ
    Régis Moreira Ferreira Ecologia unesp
    Renata Cabrera Professora da UFMT
    Renata Silva Souza USP-ECA
    Renato de Andrade Fernandes Universidade Federal do Amazonas
    Ricardo Bruno Ajonas Rocha Bacharelado em quimica tecnologica – UFMS
    Rita Bueno 2 grau completo
    Rita de Cássia Grecco dos Santos Socióloga – FURG
    Roberta Lopes Drekener Química Industrial (UFSM), Mestre em Química (UFSM), Doutora em Ciências (Unicamp).
    Robson Assis Colares FEEC, Unicamp
    Rodrigo barbosa kloss Agronomia ufla/ botânica ufla/ ecofisiilogia vegetal ufmg
    Rodrigo Tenório Gomes Pereira Biólogo e Doutorando em Biologia Celular e Molecular Aplicada – Universidade de Pernambuco (UPE)
    Rômulo Leão Silva Neris Doutor em ciências – UFRJ
    Ronier Pauletto Gutierrez Graduando em Sistemas para Internet – UFSM
    Rosana Campos Publicitária- Faculdades Integradas Alcântara Machafo FIAM
    Rosana Matos de Morais Ciências biológicas Ufsm
    Rosangela Bernabé Mestre, Unicamp
    Roseana Avila Passos Mestranda em Educação em Ciências – FURG
    Rubens Koloski Chagas Ecologia – USP
    Rubens Pasa Professor Doutor, Universidade Federal de Viçosa, campus Rio Paranaíba.
    Sabrina Antunes Vieira Dra. Qualidade Ambiental Feevale
    samuel camilo da silva UEL
    Samuel Rocha Professor do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica, Unicamp
    Sandra Eliza Fontes de Avila Professora, Instituto de Computação, Unicamp
    Sandra Marcia Muxel Biomedica, Universidade Estadual de Londrina
    Sheila Salgado ERRJ
    Silvia Altoé Falqueto Bióloga, UFMT
    Silvia Fernanda de Mendonça Figueirôa Historiadora da Ciência/UNICAMP
    Sueli Mendonça Netto Doutora em Psicobiologia pela USP
    Tanise de Oliveira Flores Ciências Biológicas Licenciatura – FURG
    Tayna Mioni Nakamura Doutoranda em Ensino de Ciências e Matemática – IFGW / Unicamp
    Thais Aparecida Dibbern DPCT – Unicamp
    Thaís Fernanda Carvalho Bechir Letras – UFMG
    Thais Mamede Soares Mestranda em Desenvolvimento Sustentável – UnB
    Thais Ruchdeschel Enfermeira pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
    Thamara Ingrid Vitor da Silva Graduação em biologia na UFMT
    thayanepatusco@gmail.com Arqueologia UFRJ
    Thiago Lopes Araujo Mestre em Letras – USP
    Tomas Magalhães Torres Oliveira Granduando UFMG
    Vâner Lima Silva Doutorando em Educação – Universidade Cidade de São Paulo / Tecnólogo em Gestão Pública IFSP
    Vanessa Lee Psicóloga USP e UNIFESP
    Vânia Alves Martins Chaigar Doutora em Educação – Universidade Federal do Rio Grande – FURG
    Victor Guida Doutorando em Arqueologia pelo Museu Nacional/UFRJ
    Viridiana Simões Bueno Medica. FMUSP
    Vitória Aparecida Santos Ferreira Bacharelado em Matemática, UNICAMP
    Viviane Maria Heberle Profa. Titular UFSC
    Viviane Silva de Souza Doutoranda em Química pelo Instituto de química Unicamp
    Vivianne Lins Ebrahim Morcerf Mestra em Pesquisa na Área da Saúde. Ifal.
    Yngrid Almeida do Nascimento Ciências Biológicas – UNICAMP
    Yunelsy Nápoles Alvarez Doutora em Matemática-ime usp

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    Autores

    Texto escrito por Isadora Souza Moralez, Larissa Leme Magalhães, Júlia Fernandes da Cruz, Júlia Camargo Simões, Gabriel Henrique

    Como citar:  

     

    Sobre a imagem destacada:

    Foto: Domínio Público. Arte por Clorofreela.

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