Tag: coronavírus

  • Coronavírus e o controle do contágio

    No post anterior, falamos um pouco sobre a história das quarentenas e isolamentos para controlar os contágios. No entanto, o Coronavírus nos impõe um novo ritmo de cuidados e precauções. Como assim? Seja pela rapidez com que a informação se dissemina, seja pelo contágio rápido e silencioso pela população, seja por vivermos em constante deslocamento: estamos vivendo um novo momento de alastramento de doenças. Os tempos são outros… Não vivemos mais em épocas em que conseguíamos estancar embarcações por dias, atracados em alto mar, tampouco conseguimos manter presos entre muros fora das cidades as pessoas, sem que elas interajam com outras pessoas no caminho.  As fronteiras entre os países não só são linhas inexistentes, mas nosso modo de vida é de um grande fluxo de pessoas entre lugares distantes no globo. Assim, quando acontece o surgimento de uma doença que infecta tão rapidamente as pessoas, a partir do contato mais cotidiano e rotineiro, todas as estratégias e modelos criados para estancar o alastramento da doença e inibir o contágio são postos à prova.

    Coronavírus e sua rápida disseminação

    No caso do Coronavírus, após a percepção de que estávamos, sim, enfrentando uma nova doença e da rapidez com que mais e mais pessoas adoeciam, ainda em Wuhan, mesmo sem a compreensão de todos os mecanismos de contágio, houve os primeiros anúncios de quarentena. Após o contato inicial com alguém infectado com o Coronavírus, os primeiros sintomas podem aparecer entre 2 a 14 dias, sendo mais comum em 05 dias. Dessa forma, as pessoas que, inicialmente, chegavam de países ou regiões com incidência do vírus, recebiam orientação de permanecerem o período de 14 dias sob observação e isoladas socialmente, para livrar de qualquer dúvida estarem infectados com o coronavírus. 

    E agora?

    Hoje vivemos um outro momento da doença. Não mais a tentativa de barrar ou atrasar ao máximo sua entrada em nosso país, mas de impedir que o vírus atinja a todos ao mesmo tempo. Percebam: que muitas pessoas serão atingidas, é imaginável! O vírus se espalha por contato, cada pessoa com sintomas chega a infectar de 2-3 pessoas em média. E é muito difícil mudar este número. Porém precisamos que essas infecções vão atingindo as pessoas aos poucos. isto é, diluindo a expansão da doença ao longo do tempo, para que quando atinja o grupo de risco não sobrecarregue o sistema hospitalar público e privado com o uso de leitos e UTIs e a maioria consiga receber atendimento com tempo e adequadamente. Lembrando sempre que o grupo de risco são: idosos e pessoas com doenças cardiorespiratórias, hipertensas, diabéticas, imunossupremidas e que tenham ou já tiveram câncer. Em suma: o momento agora é de diminuir todo e qualquer contato possível. Esta é, por enquanto, a única forma real e tangível de diminuirmos a quantidade de infectados: diminuindo o contato humano! Pareceu cruel? E é mesmo. No próximo post vamos falar um pouco mais sobre a crueldade do isolamento e a noção de saúde e solideriedade…

    Para saber mais

    CYNAMON, Szachna Eliasz (1990) Saúde Pública, qualidade de vida. Cadernos de Saúde Pública, 6(3), 243-246 https://doi.org/10.1590/S0102-311X1990000300001. FOUCAULT, Michel (2002) Em defesa da Sociedade São Paulo: Martins Fontes. ___ (2008) Segurança, Território e População São Paulo: Martins Fontes. GENSINI, Gian Franco; YACOUB, Magdi H; CONTI, Andrea A (2004) The concept of quarantine in history: from plague to SARS Journal of Infection, 49(4), 257-261. https://doi.org/10.1016/j.jinf.2004.03.002 SOUZA, Luis Eugenio Portela Fernandes (2014) Saúde Pública ou Saúde Coletiva? Revista Espaço para a Saúde, 15(4), 07-21.

    Documentos e instâncias oficiais

    BRASIL Ministério da Saúde (2020a) O que é Corona Vírus BRASIL Ministério da Saúde (2020b) Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19)

    Aqui neste blog

    Série: Coronavírus

    Para que precisamos de estudos sobre controle de doenças?

    Os isolamentos são importante, sim senhor! E não é de hoje essa prática…

    Os argumentos expressos nos posts deste especial são dos pesquisadores, produzidos a partir de seus campos de pesquisa científica e atuação profissional e foi revisado por pares da mesma área técnica-científica da Unicamp. Não, necessariamente, representam a visão da Unicamp. Essas opiniões não substituem conselhos médicos.

  • Os isolamentos são importantes, sim senhor! E não é de hoje essa prática…

    No segundo post da série sobre pandemia, coronavírus e doenças, vamos falar um pouco sobre a história dos isolamentos e da quarentena. Bora lá?

    Isolamentos e quarentenas como estratégias de controle de doenças

    Uma das práticas que têm sido usadas historicamente para combater ou impedir o alastramento de doenças, é o isolamento. Temos debatido isso e buscado colocar em prática a partir do surgimento do Coronavírus (COVID-19). Esta, no entanto, é uma prática de saúde anterior à compreensão de saúde pública contemporânea, mas que foi incorporada como prática em tempos de alastramento de doenças. O isolamento de doentes não é, portanto, atual. Por exemplo, desde textos bíblicos, são comuns os relatos dos leprosários, em que as pessoas eram afastadas por tempos indefinidos das cidades e/ou da região em que moravam. Já a quarentena, como compreendemos até os dias de hoje, remonta a uma prática do Século XIV, inicialmente no porto de Ragusa (hoje Croácia) determinou oficialmente que haveria um tempo de trentina – 30 dias entre o tempo em que as embarcações chegavam ao porto, e poderiam desembarcar. Posteriormente, este tempo depois passou para 40 dias, sendo nomeado de quaranta para viajantes terrestres, que estivessem vindo de regiões em que a peste era endêmica. Dessa forma, em 1377 temos como marco a primeira quarentena oficial, visando proteger juridicamente tanto o comércio, quanto a  saúde da região. Veneza, no ano de 1423, estabelece uma estação de quarentena em uma ilha próxima à sua costa, tornando-se um modelo. Portanto, a quarentena é compreendida como um isolamento físico temporário de pessoas (ou outros seres vivos) que possam estar infectadas com alguma doença contagiosa. Temporário exatamente por conhecermos o tempo em que a doença pode se manifestar.

    Para saber mais

    CYNAMON, Szachna Eliasz (1990) Saúde Pública, qualidade de vida. Cadernos de Saúde Pública, 6(3), 243-246 https://doi.org/10.1590/S0102-311X1990000300001. FOUCAULT, Michel (2002) Em defesa da Sociedade São Paulo: Martins Fontes. ___ (2008) Segurança, Território e População São Paulo: Martins Fontes. GENSINI, Gian Franco; YACOUB, Magdi H; CONTI, Andrea A (2004) The concept of quarantine in history: from plague to SARS Journal of Infection, 49(4), 257-261. https://doi.org/10.1016/j.jinf.2004.03.002 SOUZA, Luis Eugenio Portela Fernandes (2014) Saúde Pública ou Saúde Coletiva? Revista Espaço para a Saúde, 15(4), 07-21.

    Documentos e instâncias oficiais

    BRASIL Ministério da Saúde (2020a) O que é Corona Vírus  BRASIL Ministério da Saúde (2020b) Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19)

    Aqui neste blog

    Série: Coronavírus Primeiro texto da série: Para que precisamos de estudos sobre controle de doenças?

    Os argumentos expressos nos posts deste especial são dos pesquisadores, produzidos a partir de seus campos de pesquisa científica e atuação profissional e foi revisado por pares da mesma área técnica-científica da Unicamp. Não, necessariamente, representam a visão da Unicamp. Essas opiniões não substituem conselhos médicos.

  • Para que precisamos de estudos sobre controle de doenças?

    A partir de hoje, vamos publicar um conjunto de textos abordando as ocorrências atuais sobre a quarentena e a pandemia. Serão textos explicando da doença em si. Também abordaremos contextos gerais para entendermos as estratégias para combater o avanço do Coronavírus. Além disso, claro, buscar obter informações, agregá-las aqui no blogs e melhorar (no que for possível) as condições cotidianas nas próximas semanas.

    Sobre doenças e populações e estratégias de governo…

    Se formos olhar para a história moderna, as preocupações com a saúde pública começam a se configurar com a consolidação dos Estados Nação, ou Estados Nacionais Modernos e do Mercantilismo. Como assim? É a partir da ideia de que existe um estado centralizado, cuja população precisa não somente ser governada, mas ser vista como produtora de riquezas que precisa ser mantida viva, é que os Estados vão buscar gerenciar as pessoas de seu país – ou a população – de modo a compreender como vivem e morrem as pessoas. Dessa forma, em vários países, instrumentos e ferramentas vão sendo criados para o estudo dessa população. Isto é, uma busca para intervir cada vez mais no sentido de diminuir a incidência de doenças e males que afetam essa população. Assim, como exemplos podemos citar a estruturação da Estatística e da Polícia Médica, na Alemanha nos séculos XVII e XVIII. Também podemos citar a institucionalização da Higiene, no século XIX, na França, com suas práticas de manutenção da saúde a partir de normas e prescrições para a população. Atualmente, chamamos a área que compreende este conjunto de estudos, estratégias e modelos de ação em cada país, para controlar doenças e compreender suas dinâmicas, de Saúde Pública. Dessa forma, isso inclui diferentes estratégias de governamental de qualquer país do mundo*. Por quê? Para analisar uma série de dados em um determinado tempo. Por exemplo: quantas pessoas nascem e morrem; de que forma nascem e do quê morrem; quais principais doenças atingem essas pessoas; que regiões adoecem mais e do quê; etc. Este tipo de estudo é essencial para organizar um país. Uma vez que de posse deste conjunto de dados, conseguimos organizar de modo eficiente – tanto em cada local (bairro ou município, por exemplo), quanto em regiões ou país – não somente como controlar as doenças, mas melhorar efetivamente a vida da população.

    Em suma…

    Por fim, em termos de população mundial temos, também, o levantamento de dados constante para rastreamento de novas doenças e/ou problemas de saúde. Isto ocorre a fim de combater doenças que possam se alastrar pelo mundo. A Organização Mundial de Saúde é uma das principais instâncias que, em casos como o do Novo Coronavírus, atua intensamente para coletar e agrupar dados, para que as políticas públicas de cada país possam agir de forma rápida e eficiente. * Poderíamos nos estender mais, aqui, e abordar o termo de biopolítica, de Michel Foucault. Em breve, faremos isso… Neste momento, apenas apresentaremos brevemente ideias para chegar no cerne da questão atual. 😉

    Para saber mais

    CYNAMON, Szachna Eliasz (1990) Saúde Pública, qualidade de vida. Cadernos de Saúde Pública, 6(3), 243-246 https://doi.org/10.1590/S0102-311X1990000300001. FOUCAULT, Michel (2002) Em defesa da Sociedade São Paulo: Martins Fontes. ___ (2008) Segurança, Território e População São Paulo: Martins Fontes. GENSINI, Gian Franco; YACOUB, Magdi H; CONTI, Andrea A (2004) The concept of quarantine in history: from plague to SARS Journal of Infection, 49(4), 257-261. https://doi.org/10.1016/j.jinf.2004.03.002 SOUZA, Luis Eugenio Portela Fernandes (2014) Saúde Pública ou Saúde Coletiva? Revista Espaço para a Saúde, 15(4), 07-21.

    Documentos e instâncias oficiais

    BRASIL Ministério da Saúde (2020a) O que é Corona Vírus  BRASIL Ministério da Saúde (2020b) Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo novo Coronavírus (COVID-19)

    Aqui neste blog

    Série: Coronavírus

    Os argumentos expressos nos posts deste especial são dos pesquisadores, produzidos a partir de seus campos de pesquisa científica e atuação profissional e foi revisado por pares da mesma área técnica-científica da Unicamp. Não, necessariamente, representam a visão da Unicamp. Essas opiniões não substituem conselhos médicos.

  • Álcool é gel, álcool é pop, álcool é tudo?

    Em meio à pandemia vivenciada e às inúmeras ações que foram estabelecidas para a proteção contra o corona vírus, um item relativamente comum, e outrora pouco utilizado em nosso dia-a-dia, ganhou grande atenção de todos: o álcool em gel.

    Do dia para a noite, a procura e o preço deste produto tiveram seus índices absurdamente elevados. O preço em alguns estabelecimentos chegou a custar mais do que o grama do ouro!

    De modo súbito, vimos também emergir inúmeras alternativas, receitas milagrosas e adaptações, que tiveram sua divulgação potencializada por nossa incrível rede de disseminação de notícias por meio dos aplicativos de comunicação, redes sociais, programas televisivos, entre outros. Desde o uso de produtos não adequados à aplicação na pele (como álcool de churrasqueira, de limpeza ou o combustível) passando por receitas de produção caseira e por estratégias adotadas por indústrias, como a cervejaria que decidiu usar o álcool retirado de suas bebidas para a fabricação do formato em gel, pudemos presenciar, nesses últimos dias, iniciativas adequadas, oportunismos e práticas pouco recomendadas as quais podem não apenas deixar de proteger o usuário como também gerar lesões na pele. Entre mortos e feridos, boas e más condutas, oportunismos e ingenuidades, o que disso tudo se mostra coerente? O que de fato pode ser recomendado?

    Vamos às questões!

    Dois pontos parecem ser importantes de serem esclarecidos e englobam de modo geral esse sem número de informações disseminadas a respeito do álcool gel.

    O primeiro, que aparece como uma questão frequente se refere ao porque do álcool 99% (99 partes de álcool e 1 parte de água – alguns álcoois de limpeza e álcool combustível) ser MENOS eficiente na assepsia  do que o álcool 70% (70 partes de álcool e 30 parte de água – o álcool em gel).

    Afinal, se o primeiro tem mais álcool, deveria funcionar melhor, certo? A resposta é NÃO! Para explicar podemos começar com um exemplo bastante simples e que você mesmo pode testar em casa (sem precisar ser químico autodidata).

    Experimente tentar lavar uma louça suja com gordura apenas com o detergente. Isso, não utilize água. APENAS DETERGENTE (99% DE DETERGENTE). Faz ideia do que acontece? Pois bem, sua louça irá ficar mais suja do que antes uma vez que para a limpeza é necessário uma ação do componente do  detergente e da água. Mas e o que isso tem a ver com o álcool?

    A ação do produto é resultado da interação não apenas do álcool mas da mistura álcool e água numa proporção que foi testada por diversas pesquisas. Desta forma, para que o produto consiga de fato agir sobre as moléculas que compõem o vírus é necessário uma ação conjunta do álcool e da água. O álcool atua na membrana celular bacteriana, tornando-a permeável. Neste processo a eficácia é aumentada na presença de água. A ausência de água gera menor penetração da substância no organismo e portanto, menor eficiência. Outro efeito, talvez menos importante mas que vale ressaltar é que há estudos que apontam um tempo mínimo de contato necessário. O álcool 99% pode evaporar num tempo menor do que o adequado para a atuação. Assim, ao utilizarmos álcool praticamente puro, minimizamos esta ação o que gera menor desinfecção1,2.

    O segundo ponto que abrange grande parte das principais divulgações feitas está relacionado à produção caseira de álcool gel a partir de outros produtos como álcool de limpeza ou mesmo álcool combustível. Além do fato de que talvez ninguém comumente tenha em casa produtos e materiais de medição precisa, nem ao menos tenha formação técnica para a produção de um produto em casa, podemos perguntar inicialmente se o álcool de limpeza ou o combustível são feitos para passar na pele? Será que a qualidade e/ou pureza dos produtos utilizados na fabricação destes componentes são as mesmas daquela usada na fabricação do álcool em gel para uso na pele?

    Pensemos então em outro exemplo simples e novamente utilizando o detergente. Você usaria detergente de pia para lavar seu cabelo (em substituição ao xampu?) Acredito que sua resposta tenha sido não. Mas porque, uma vez que o componente ativo é o mesmo na maior parte dos detergentes e xampus? Dê uma olhadinha nos rótulos e procure por lauriléter sulfato de sódio (ou sodium laureth sulfate – em inglês). Há ainda alguns derivados de mesma função como o linear alquil benzeno sulfato de sódio. Aproveite e veja também a quantidade de outras substâncias existentes

    Pois bem, usar qualquer outro tipo de produto para fabricar álcool em gel seria o mesmo que usar detergente como xampu. No entanto, os cuidados no preparo de um e outro produto são bastante distintos, bem como a pureza dos reagentes utilizados e as substâncias adicionadas com o intuito minimizar quaisquer efeitos sobre a pele. Portanto, o seu produto caseiro pode não apenas ser ineficiente (por medidas inadequadas nas quantidades) como causar problemas na pele. Por essa e outras razões não é recomendado que se faça álcool em gel a partir de nenhum outro produto que contenha álcool e que não tenha a finalidade de uso para a pele.

    Mas o que fazer?

    E então? Ficaremos reféns da indústria do álcool gel? Seremos contaminados pelo não uso do produto? A resposta também é não. Embora não tenha como substituir este produto, o hábito de lavar as mãos com água e sabão ou com água e o bom e velho detergente se mostra bastante eficiente no combate ao vírus. Portanto, quem não tem cão, caça com gato, e quem não tem álcool usa sabão. Uma atitude mais simples do que virar um alquimista autodidata com base nos “conselhos” de pessoas que nem ao menos se conhece.

    Algumas ressalvas

    O álcool em gel deve ser utilizado em situações em que não temos a possibilidade de lavar as mãos com água e sabão! Lavar com água e sabão é o melhor método. Mais ainda: é fundamental utilizar o álcool em gel em toda a superfície das mãos, em quantidade suficiente para senti-las molhadas inicialmente, até que esse efeito seja diminuído. Nunca se deve utilizar o álcool em gel em mãos sujas. Pois, se as mãos estão sujas, o álcool atua sobre a sujeira e pode não eliminar totalmente os vírus. (Ressalvas feitas pela professora Silvia Gatti, do Instituto de Biologia da Unicamp)

    Para Saber Mais

    1. Kawagoe, JY, Graziano, KU, Valle Martino, MD, Siqueira, I, & Correa, L (2011) Bacterial reduction of alcohol-based liquid and gel products on hands soiled with blood. American Journal of Infection Control, 39(9), 785–787. doi:10.1016/j.ajic.2010.12.018 

    2. Tim Sandle Pharmaceutical Facility Sanitization: Best Practices Considered https://www.americanpharmaceuticalreview.com/Featured-Articles/184449-Pharmaceutical-Facility-Sanitization-Best-Practices-Considered/

    Neste Blog

    Série Coronavírus

    Os argumentos expressos nos posts deste especial são dos pesquisadores, produzidos a partir de seus campos de pesquisa científica e atuação profissional e foi revisado por pares da mesma área técnica-científica da Unicamp. Não, necessariamente, representam a visão da Unicamp. Essas opiniões não substituem conselhos médicos.

  • libertar-se (já é tempo, amor)

    Q.U.A.R.E.N.T.E.N.A.M.O.S.
    Ao final do dia, sorrisos, suaves e subordinados, de quem sabe despertar em um mundo com fronteiras.
    Ao final do dia, sobressaltos invisíveis e (des)controles escorrem nossas vidas, como se nada fossem.
    Ao final do dia, contamos o tempo, mais um suspiro, no olhar, (in)serenidades de quem sabe ser mais (do mesmo).
    Ao final do dia esperamos, apenas, a hora de dormir, para esperar a hora de acordar para esperar mais um final de dia.
    .
    R.E.S.I.T.I.R.E.M.O.S.
    Se o cotidiano te atropela, cinza e sedento por rotina e(m) desespero, chegue ao final de cada dia com o escárnio das impossibilidades.
    Escárnio ao cultivar, mesmo encarcerado, alegrias miúdas em segundos vívidos e suor.
    O tempo, meu bem, não te aguarda, por vezes entedia e tudo (como sempre soubemos) vai piorar… 
    Todavia, na vida, não há escárnio maior que o gozo, nem rebeldia melhor que o sorriso sem submissão. 
    .
    Vai e escarra teu deleite.
    Vai e escancara teu prazer.
    Pois o resto, todo, já nos foi aviltado.
    .
    Já é hora, amor, de libertar-se (imerso dentro de casa)

    Os argumentos expressos nos posts deste especial são dos pesquisadores, produzidos a partir de seus campos de pesquisa científica e atuação profissional e foi revisado por pares da mesma área técnica-científica da Unicamp. Não, necessariamente, representam a visão da Unicamp. Essas opiniões não substituem conselhos médicos.

  • Samba da Quarentena

    Cantaram:

    Anita Galvão Bueno

    André Bordinhon

    Bruna Alimonda

    Bruna Lucchesi

    Bruna Nunes

    Damião Mamede Florêncio

    Daniel Minchoni

    Henrique Cartaxo

    Felipe Bemol

    Fernanda Guimarães

    Luísa Toller

    Mara Braga

    Marcos Mesquita

    Mariana Furquim

    Marina Santana

    Mônica Fogaça

    Murilo Gil

    Paola Gibram

    Raíça Augusto 

    Ritamaria 

    Rodrigo Travitzki

    Rogério Santos

    Thais Sanchez

    Valéria Kimachi 

    Vanessa Longoni

    Victor Kinjo


    Violões:

    André Bordinhon

    Gustavo de Medeiros


    Viola:

    Catarina Schmitt 


    Clariente:

    Sergio Wontroba 


    Flauta:

    Marina Bastos


    Pandeiro:

    Jaír Junior


    Tamborim:

    Daniel Carezzato

    Panela Cínica:

    Thiago Melo


    Intérprete Libras:

    Leonardo Castilho


    Composição:

    Luísa Toller

    Gustavo de Medeiros

    Henrique Cartaxo


    Produção Musical e Mix:

    João Antunes


    Edição do Vídeo:

    Henrique Cartaxo

    Os argumentos expressos nos posts deste especial são dos pesquisadores, produzidos a partir de seus campos de pesquisa científica e atuação profissional e foi revisado por pares da mesma área técnica-científica da Unicamp. Não, necessariamente, representam a visão da Unicamp. Essas opiniões não substituem conselhos médicos.

  • Não um domingo qualquer

    I. DIÁRIO

    Respirando na janela

    o ar da tarde.

    Algum vizinho escutando

    música da Elza Soares.

    Chega-me, intermitente,

    uma ou outra frase,

    latido,

    resmungo,

    grito.

    Pego a caneta

    e rascunho versos

    no pequeno papel

    termossensível.

     

    II. PATRULHAMENTO (A)

    Ao sujeito que caminhava,

    gritaram do 5º andar:

    –VAI PRA CASA!

    –Sinto. Não tenho lar.

     

    III. PATRULHAMENTO (B)

    Casemira fica o tempo todo

    nos monitores,

    anotando

    a entrada e saída

    dos moradores:

    –Um absurdo! Só hoje,

    já saiu três vezes

    a menina do Doze!

     

    IV. CONSTATAÇÃO

    Na vida, tudo passa;

    na vida, tudo muda.

    Ontem, na rua,

    tomando sol e chuva;

    hoje, em casa,

    de máscara e luva!

     

    V. PACOTE

    –Caramba, Feitosa!

    Isso lá é hora pra

    desilusão amorosa!

    –Você sabe, Virgílio,

    o mal, quando vem,

    não vem sozinho…

     

    JM (“o recolhimento, a insanidade, a bisbilhotice, o lamento e a fossa ociosa da razAo”)

    Os argumentos expressos nos posts deste especial são dos pesquisadores, produzidos a partir de seus campos de pesquisa científica e atuação profissional e foi revisado por pares da mesma área técnica-científica da Unicamp. Não, necessariamente, representam a visão da Unicamp. Essas opiniões não substituem conselhos médicos.

  • Humanização

    No momento em que o mundo

    bruscamente se encolhe,

    contando vítimas

    e buscando soluções

    de combate à pandemia,

    há que valorizar

    o que o curso desse

    difícil desafio edifica.

    (J.M.).

    Os argumentos expressos nos posts deste especial são dos pesquisadores, produzidos a partir de seus campos de pesquisa científica e atuação profissional e foi revisado por pares da mesma área técnica-científica da Unicamp. Não, necessariamente, representam a visão da Unicamp. Essas opiniões não substituem conselhos médicos.

  • Como evitar que o corona entre na minha casa?

    Material feito pela Frente de Comunicação Científica da Força Tarefa da Unicamp, para divulgar informação técnica em folders e imagens facilmente compartilháveis! 🙂 Divulgue informação confiável conosco!


plugins premium WordPress