Tag: quadrinhos

  • A política e as histórias em quadrinhos

    Texto por Dani Marino

     

    Sabemos que nenhuma manifestação humana é dissociada do contexto em que foi produzida. Das artes plásticas, passando pelo cinema, pela literatura e outras expressões como as histórias em quadrinhos, essas expressões representam não só a visão de um artista sobre algo, mas indicam também quais são as condições sociais, políticas, culturais que possibilitaram a existência de suas obras.

    Painel da HQ “Vingadores: A cruzada das crianças” Foto: Reprodução

    Crivella manda recolher HQ dos Vingadores com beijo gay; Bienal se recusa – Prefeito disse estar ‘protegendo os menores da nossa cidade’; advogada diz que decisão é ‘censura’

    Ao mesmo tempo, o apagamento sistêmico da produção de determinados grupos, hoje entendidos como minorizados (a saber: mulheres, negros, LGBTs…), causa ausências que também são melhor compreendidas quando conhecemos o contexto político e social de cada época e de cada cultura.

    Nos quadrinhos, a política sempre esteve presente.

    Às vezes de maneira mais explícita, reforçando certos discursos e às vezes de maneira menos explícita, contrariando os discursos hegemônicos vigentes. Esses discursos podem ser examinados a partir de diversos vieses e é nas áreas como História e Ciências Sociais que estas análises encontram terreno muito fértil.

    Por exemplo, um dos marcos do desenvolvimento dos quadrinhos é o personagem Yellow Kid, de Richard Outcault. O garoto careca e de orelhas grandes já havia aparecido em outras publicações antes de se tornar o primeiro personagem colorido dos jornais estadunidenses.

    Suas tiras exerciam grande apelo ao púbico por reproduzir um tipo de humor carregado de estereótipos e era facilmente compreendida por imigrantes que não compreendiam bem a língua inglesa. Ou seja, por mais inocente que possa parecer, há uma série de elementos que podem ser observados a respeito do momento que os Estados Unidos atravessavam (MOREAU; MACHADO, 2020).

    Os códigos de ética e censura nos quadrinhos

    Com o surgimento dos quadrinhos de super-heróis no final dos anos 1930, o sentimento de nacionalismo inflamado pelas histórias de personagens como Capitão-América, Mulher-Maravilha e tantos outros tomou conta do dos EUA e contribuiu ainda mais com o sucesso das histórias em quadrinhos que enfrentariam um duro golpe nos anos 1950, quando o Comics Code Authority (código de ética dos quadrinhos) foi implementado pelas editoras (MOREAU; MACHADO, 2020).

    Em sua forma original, o código impõe, entre outras, as seguintes regras:

    • Qualquer representação de violência excessiva e sexualidade é proibida.
    • As figuras de autoridade não devem ser ridicularizadas ou apresentadas com desrespeito.
    • O bem deve sempre triunfar sobre o mal.
    • Personagens tradicionais da literatura de terror (vampiros, lobisomens, ghouls e zumbis) são proibidos.
    • Anúncios de tabaco, álcool, armas, pôsteres e cartões — postais nus são proibidos nas histórias em quadrinhos.
    • Zombarias ou ataques contra qualquer grupo racial, ou religioso são proibidos.

    o Código Hays que se trata do Código de Produção de Cinema aplicava entre outras regras as abaixo.

    Não era permitido:

    • Profanidade — uso de palavras como “Deus”, “Senhor”, “Jesus” ou “Cristo” (a não ser no contexto de cerimônias religiosas), “inferno”, “droga” e outras palavras profanas e expressões vulgares de qualquer forma;
    • Nudez — de facto ou insinuada
    • Tráfico de drogas
    • Insinuação de perversões sexuais
    • Escravidão de brancos
    • Miscigenação — relações sexuais entre brancos e negros
    • Higiene sexual e doenças venéreas
    • Cenas de parto — de facto ou insinuada
    • Órgãos sexuais de crianças
    • Ridicularização do clero
    • Ofensa deliberada a qualquer nação, raça ou credo

    Esse código impunha autocensura aos autores de quadrinhos a partir de critérios que foram acordados por editores após uma série de audiências no senado, após os estudos fraudados do psiquiatra Fredric Wertham em seu livro Sedução do Inocente (1954) terem ganhado popularidade. Com isso, vários temas e representações passaram a ser proibidos de serem retratados nos quadrinhos. Esse período coincidiu com o backlash (retrocesso) que as mulheres sofreram após o fim da Segunda Guerra Mundial, quando toda indústria cultural reproduzia valores e discursos que pregavam a submissão da mulher ao marido, entre outras coisas.

    Paralelamente, em outros países do mundo também se observava esse movimento de constante entrelaçamento dos quadrinhos e da política. Fosse na censura da antologia de quadrinhos produzidos por mulheres na França, como o que ocorreu com a revista Ah! Nana! (NOGUEIRA, 2015), fosse na representação cômica dos gauleses e romanos nos quadrinhos de Asterix, que sempre representou uma crítica ao imperialismo britânico ou mesmo em nas caricaturas que Nair de Teffé fazia de personalidades brasileiras na primeira metade do século XX.

    Ainda sobre os quadrinhos mainstream, podemos citar os X-Men, que surgiram nos anos 1960 como uma alegoria para a situação de negros, mulheres e LGBTs nos EUA e que cujas causas ganharam visibilidade com os movimentos sociais que clamavam por direitos iguais na época. Com a equipe mais diversa de super-heróis já criados atém então, suas histórias inspiraram filmes, jogos e animações que traziam em seus discursos questionamentos sobre o ódio a quem era diferente. Porém, foi no final dos anos 1960 e durante os anos 1970 que os quadrinhos independentes, muitos deles com narrativas autobiográficas, definiram o tom de um estilo de quadrinhos que é publicado até hoje.

    Nomes como Robert Crumb, Art Spielgeman, Justin Green, Trina Robbins, Aline Kominsky-Crumb e tantos outros, encontraram no meio underground a chance de abordar temas tabu como sexualidade, aborto, direitos civis… e, em 1992, com o reconhecimento da HQ Maus, de Art Spielgeman (1986), contemplada com o prêmio Pulitzer, pessoas do mundo todo conheceram a história biográfica que narrava os horrores do Holcausto.

    Sem dúvida alguma, é por meio das publicações independentes que os autores alcançam maior autonomia para abordar temas como guerras, conflitos políticos, sexualidade, luta por direitos, como é o caso também da premiada HQ Persépolis (2000), da iraniana Marjani Satrapi, que aborda a revolução islâmica, ou de Fun Home (2006), de Alison Bechdel e que fala sobre sua homossexualidade e seu relacionamento com sua família enquanto tenta lidar com seus conflitos internos.

    E no Brasil?

    Com o golpe militar no Brasil nos anos 1960, a imprensa alternativa atingiu seu auge e entre os veículos de maior expressão na época, estava o periódico Ovelha Negra, editado pelo cartunista Geandré.

    Sua relevância é tamanha que o pesquisador e professor Osvaldo da Silva Costa decidiu registrá-la em sua dissertação de Mestrado, onde entendemos porque o humor gráfico teve um papel tão importante na propagação de ideais de oposição à Ditadura, fazendo com que muitos artistas que contribuíram com o jornal fossem perseguidos pelos militares.

    Capa do jornal Ovelha Negra fundado pelo cartunista Geandré (Foto: Divulgação)  

    Nos anos 1970, desenhistas e jornalistas que colaboravam com edições como O Pasquim, entre eles Ziraldo e Henfil, foram presos e várias publicações passaram a sofrer censura. Esta censura resultou na proibição de publicação de caricaturas durante o período de dez anos:

    “A censura proibia a publicação de caricaturas de autoridades nacionais e estrangeiras. Havia a censura prévia, que consistia na presença de um censor junto às redações até 1977”. (DA COSTA, 2012, p.73).

    Laerte Coutinho, uma das mais influentes cartunistas brasileiras, colaborou com muitos dos periódicos alternativos que circularam no Brasil e ainda hoje, seja em suas tiras como Piratas do Tietê ou em cartuns e charges encomendadas especialmente para ilustrar colunas de política em jornais, seu trabalho continua irreverente e provocativo.

    O cartum abaixo é um exemplo do diálogo entre o humor gráfico e a crítica político-social. Reflexo de temas recentes como os 50 anos do Golpe Militar no Brasil e uma pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa econômica aplicada havia apontado que 65% das pessoas entrevistadas acreditavam que mulheres que usam roupas curtas devam ser atacadas/estupradas, o cartum chama a atenção para os dois fatos diferentes e promove uma reflexão sobre ambos.

    Apesar da vocação dos quadrinhos para o entretenimento, não podemos negar sua importância no que se refere à crítica social e política através da História de diversos países. Muitas delas desempenharam um papel significativo na articulação de ideias durante regimes ditatoriais em países como Brasil e Argentina. Hoje, embora o Brasil viva um regime democrático, problemas como corrupção, escândalos políticos, desigualdade social, falta de investimento em programas de saúde e educação são temas recorrentes em tiras e charges de todo país.

    Nem só de humor vive a crítica

    Sabemos que nem todos os cartuns e tiras utilizam humor em sua linguagem, porém, é através do riso que grande parte dos artistas cria uma conexão com seu público. Tendo isso em mente, vale lembrar que não faltam estudos filosóficos, psicológicos e antropológicos acerca do poder do riso e suas funções, entre as quais podemos ressaltar a de atuar como arma de contestação política, como afirma Da Costa em sua pesquisa:

    A linguagem do humor – arma política contra regimes repressivos – é também considerada subversiva e de contracultura – pode ser narrada por meio do teatro, da música, da literatura, da imprensa, do cinema e do desenho de humor. Tem como finalidade provocar o riso ou o sorriso. O risível nas piadas e paródias, como imitação burlesca, era um dos recursos mais populares entres os bufões na Antiguidade. Rir de si mesmo e do seu semelhante, seja em tom jocoso ou de escárnio, é um traço marcante da natureza humana desde os tempos mais remotos. (DA COSTA, 2012, p.18).

    O escritor e semiólogo Umberto Eco, conhecendo o poder inquietador do riso, dedicou uma das de suas maiores obras a ele. Em O nome da Rosa, thriller ambientando na França medieval, a luta dos monges beneditinos do mosteiro de Melk para proteger um manuscrito nunca publicado de Aristóteles acaba causando inúmeras mortes e deixando um rastro de sangue.

    De acordo com as convicções dos monges mais conservadores do romance, o riso seria algo muito próximo da morte e da corrupção do corpo, mas o filósofo grego, em seu livro que só existiu na ficção, alertava para o poder libertador do riso como um veículo da verdade.

    O riso desvia, por alguns instantes, o vilão do medo. Mas a lei impõe-se através do medo, cujo nome verdadeiro é temor de Deus. E deste livro poderia partir a centelha luciferina que transmitiria ao mundo inteiro um novo incêndio: e o riso designar-se-ia como a arte nova, ignorada até de Prometeu, para anular o medo. Ao vilão que ri naquele momento, não importa morrer: mas depois, cessada a sua licença, a liturgia impõe-lhe de novo, segundo o desígnio divino, o medo da morte. E deste livro poderia nascer a nova e destruidora aspiração a destruir a morte através da libertação do medo. E que seríamos nós, criaturas pecadoras, sem o medo, talvez o mais provido e afetuoso dos dons divinos? (ECO,1980, p. 359)

    Sendo então o riso capaz de nos guiar no caminho de descobertas sobre verdades que talvez nossos governantes prefiram que não tomemos conhecimento, não é de se espantar que tantos cartunistas tenham sido ameaçados, torturados ou mortos durante regimes ditatoriais ocorridos na América Latina, como foi o caso do autor de El Eternauta. Héctor Germán Oesterheld foi sequestrado, assim como quatro de suas filhas, duas delas grávidas, durante o regime militar da Argentina.

    Porém, engana-se quem acredita que essa tendência à crítica política mais explícita possa ser encontrada exclusivamente em charges e cartuns. Quadrinhos mainstream como V de Vingança ou Watchmen, por exemplo, são produções que também viraram filmes e que fazem críticas explícitas ao autoritarismo e à corrupção por exemplo. E até mesmo nos quadrinhos de Batman, cujos quadrinhos nos anos 1930 traziam forte propaganda dos esforços de guerra, é possível pensar sobre como Bruce Wayne se beneficia do capitalismo e contribui para a degradação de Gotham, como alerta a pesquisadora e especialista no personagem, Laluña Machado.

    V de Vingança – Filme

    No entanto, é por meio das charges que um tipo de humor costuma chamar os leitores à reflexão de maneira mais contundente, o que tem gerado consequências envolvendo censura e perseguição de artistas desde a eleição do atual presidente do Brasil ou até mesmo morte, como o que ocorreu com os cartunistas do jornal francês Charlie Hebdo.

    Também não muito tempo atrás, que o projeto de quadrinhos Políticas, produzido por mulheres e dedicado a compartilhar charges e cartuns produzidos exclusivamente por mulheres (cis ou não) fez uma convocatória para homenagear a vereadora carioca Marielle Franco , brutalmente assassinada em 2018. Mais recentemente, a HQ da socióloga sueca Liv Stromqüist explorou a história da vulva a partir de inúmeras referências históricas, filosóficas e sociais em A Origem do Mundo (2018), enquanto artistas brasileiras como Carol Ito e Helô D’Ângelo exploram temas políticos em suas tiras online.

    Assim, não só artigos, como teses e dissertações sobre quadrinhos costumam explorar os aspectos políticos apresentados nas HQ e independentemente de os discursos políticos estarem explícitos, eles atravessam as obras em maior ou menor grau.

    Para saber mais:

    Podcast Confins do Universo com o professor Silvio Almeida: Tem política nos quadrinhos sim!

    Narrativas distópicas em quadrinhos

    Elas fazem política, cartuns e charges

    Referencias:

    DA COSTA, Osvaldo. Uma Ovelha Negra na Cultura Midiática: Inovações do Humor Gráfico na imprensa alternativa brasileira. Santos, Ateliê de Palavras. 2015.

    ECO, Umberto. O nome da Rosa. São Paulo. Record. 2009
    MARINO, Daniela; MACHADO, Laluña. Mulheres e Quadrinhos. Skript, 2019.
    MOREAU, Diego; MACHADO, Laluña. História em Quadrinhos EUA. Skript, Florianópolis, 2020.

    NOGUEIRA, Natania. Ah! Nanah! As mulheres e os quadrinhos na França. XXVIII Simpósio Nacional de História. Florianópolis, 2015. Disponível em: http://www.snh2015.anpuh.org/resources/anais/39/1435888872_ARQUIVO_AhNana_artigo.pdf

  • Ciência para Crianças! Vacinas e a verdadeira imunidade de rebanho

    Vamos falar sobre vacinas? Para reduzir a circulação de um vírus na população e obter a verdadeira imunidade de rebanho, é necessária uma estratégia coletiva e rápida de vacinação. Foi o que mostrou um estudo clínico realizado na cidade de Serrana, no interior paulista. No Projeto S, toda a população adulta de Serrana foi vacinada com a CoronaVac (A vacina do Butantan). Após a segunda dose de vacinação do último grupo, os casos sintomáticos de Covid-19 caíram 80%, e as mortes diminuíram 95%. Por fim, o estudo também mostrou que até mesmo as crianças e jovens menores de 18 anos, que ão vacinaram-se também ficaram protegidos.

    No quadrinho de hoje, Draco explicará melhor ao Dragonino sobre a imunidade de rebanho que pode ser alcançada por meio da vacinação!

    Quadrinhos da série "Ciência para Crianças!", com o tema "Vacinas e a verdadeira imunidade de rebanho".
    Esclarecimentos sobre a transmissão do coronavírus por pessoas vacinadas

    As diferentes vacinas têm diferentes taxas de eficácia e de redução da transmissão do vírus, se consideradas individualmente. Como vimos no quadrinho anterior (Como funcionam as vacinas), demora algumas semanas para uma pessoa adquirir memória imunológica contra um patógeno. 

    Dessa forma, quem só recebeu a primeira dose da vacina, ou tomou a segunda dose muito recentemente, ainda tem maior risco tanto de se contaminar, como de transmitir a doença. Por isso, mesmo com a vacinação, é essencial que todos os cuidados continuem sendo tomados (como uso de máscaras, distanciamento social e higienização das mãos) até grande parte da população ser vacinada. Só então será possível reduzir, de fato, a circulação do vírus e obter a imunidade de rebanho.

    Imunidade de rebanho sem as vacinas? Será que é uma boa ideia?

    As tentativas de atingir a imunidade de rebanho sem as vacinas não são recomendadas pelos cientistas. Ou seja, não é uma boa ideia deixar as pessoas ficarem doentes naturalmente, esperando que seu sistema imunológico combata a doença e gere imunidade. 

    Isso porque em muitas pessoas o vírus pode causar formas graves da doença. Com isso, os hospitais ficarão lotados, e muitas pessoas podem não conseguir vagas para internarem-se e tratarem-se. Assim, muitas pessoas podem acabar adoecendo gravemente e morrendo. Portanto, a imunidade gerada pelas vacinas é a única forma ética e aceitável de gerar a imunidade de rebanho em nossa população. 

    Em resumo: de um lado, o contágio natural espalha vírus para todos os lados e causa um alto número de mortes. Do outro, a vacinação ajuda a diminuir a circulação dos vírus e a salvar muitas vidas.

    O perigo das variantes do coronavírus

    Para piorar a situação, deixar muitas pessoas se infectarem naturalmente pelo coronavírus aumenta as chances do vírus sofrer mutações. Essas mutações nada mais são do que pequenos erros no processo de cópia do material genético do vírus. É assim que aparecem as chamadas variantes dos vírus, que podem muitas vezes ser mais contagiosas e até mais perigosas. 

    Quanto mais pessoas o vírus infectar, há mais chances de acontecerem esses erros, então mais variantes podem surgir e se espalhar. Com mais variantes do vírus se espalhando, até quem já se contaminou com o coronavírus uma vez, ou já foi vacinado, pode acabar ficando doente. Isso porque no caso de algumas variantes, a mudança que acontece no vírus faz com que o sistema de defesa não consiga mais reconhecer o vírus para combatê-lo rapidamente. Assim, nesse caso, as células de defesa vão ter que trabalhar de novo desde o começo para aprender a combater o invasor diferente.

    Por isso, os cientistas recomendam que todos vacinem-se o mais rápido possível. Uma vacinação rápida e bem planejada pode ajudar a população a atingir a imunidade de rebanho de forma mais eficiente. Por fim, apenas com menos vírus circulando é possível reduzir o aparecimento de variantes e aumentar as chances de vencermos essa doença!

    Vacinas salvam vidas. Todos pelas vacinas!

    Campanha “Todos Pelas Vacinas”

    Fontes de informação:
    Equipe:
    • Design, pesquisas e roteiro: Giovanna S. Veiga e Carolina S. Mantovani
    • Revisão: Profa. Dra. Lúcia E. Alvares

    Este texto foi elaborado originalmente no Blog Nas Asas do Dragão

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    Os argumentos expressos nos posts deste especial são dos pesquisadores. Dessa forma, os textos foram produzidos a partir de campos de pesquisa científica e atuação profissional dos pesquisadores. Além disso, pares da mesma área técnica-científica da Unicamp revisaram o texto. Assim, não, necessariamente, representam a visão da Unicamp e essas opiniões não substituem conselhos médicos.

  • Ciência para Crianças! Como funcionam as vacinas

    Por Giovanna S. Veiga e Carolina S. Mantovani

    No quadrinho anterior, Dragonino ficou sabendo que os cientistas já desenvolveram vacinas contra o novo coronavírus. Não perca o videoclipe do MC Fioti e as informações que Draco trouxe sobre a vacina do Butantan! Dragonino ficou muito feliz com a novidade, mas ainda não sabe muito bem como funcionam as vacinas. Você já sabe?

    Para resolver isso, hoje Draco vai explicar melhor sobre as vacinas! Sistema imunológico, patógenos, vírus inativados, células de defesa, anticorpos, memória imunológica… junte-se ao Dragonino e venha descobrir o que isso tudo tem a ver com as vacinas!

    Quadrinhos da série "Ciência para Crianças!", com o tema "Como funcionam as vacinas".

    Obs.: após esses quadrinhos terem sido elaborados, surgiram notícias sobre algumas vacinas já estarem sendo testadas em crianças e adolescentes também. Assim, espera-se que em breve esse grupo possa ser incluído na fila da vacinação, respeitando a ordem das prioridades.

    O que você achou das explicações do Draco sobre como funcionam as vacinas? No próximo quadrinho, vamos entender sobre a importância da vacinação em massa para gerar a “imunidade de rebanho”. Não perca!

    Fontes de informações:

    Equipe: 

    • Design, pesquisas e roteiro: Giovanna S. Veiga e Carolina S. Mantovani

    Este texto foi escrito originalmente no blog Nas Asas do Dragão

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    Os argumentos expressos nos posts deste especial são dos pesquisadores. Assim, os autores produzem os textos a partir de seus campos de pesquisa científica e atuação profissional. Além disso, os textos são revisados por pares da mesma área técnica-científica da Unicamp. Dessa forma, não, necessariamente, representam a visão da Unicamp. Essas opiniões não substituem conselhos médicos.


    editorial

  • Ciência para crianças! O que são os vírus

    Muitas doenças podem ser causadas por diferentes agentes biológicos, como bactérias, fungos, protozoários ou vírus. Estes últimos recentemente estão sendo muito comentados por conta da pandemia de Covid-19. Essa doença é causada pelo SARS-CoV-2, um vírus da família dos coronavírus, e já infectou quase 100 milhões de pessoas no mundo até agora (de acordo com relatórios da OMS de janeiro de 2021). 

    Para aprender a combater os vírus, precisamos entender melhor sobre eles! Aproveitem nosso novo quadrinho e mostrem para as crianças como o Dragonino e seu pai entendem os vírus e como eles se protegem deles!

    Quadrinho da série "Ciência para Crianças!" com o tema "o que são os vírus".

    Vamos agora aprender um pouco mais sobre os vírus, suas formas de ação e como podemos combatê-los?

    Vírus são seres vivos?

    Para simplificar, podemos dizer que para ser considerado vivo, um ser deve ter uma ou mais células, possuir um metabolismo e ser capaz de realizar sua reprodução. Sendo assim, os vírus não são considerados seres vivos pela grande maioria da comunidade científica, pois para poderem se multiplicar, precisam obrigatoriamente conseguir entrar dentro de uma célula viva e usar as ferramentas dessa célula. Em outras palavras, os vírus não têm ferramentas suficientes para serem uma célula independente, ou um ser vivo.

    Mas então do que os vírus são formados?

    Os vírus são formados basicamente por um componente genético (DNA ou RNA) envolvido por proteínas e, em alguns casos, também uma camada de gordura, que os cientistas chamam de envelope. No caso dos vírus envelopados, ou seja, que têm essa camada de gordura, a forma mais eficiente de desinfecção é a limpeza com água e sabão, álcool 70% ou hipoclorito de sódio, que são produtos que conseguem destruir esse envelope e “matar” os vírus. 

    Como os vírus infectam nossas células?

    O processo de infecção ocorre quando proteínas presentes no envelope dos vírus se ligam a receptores presentes na célula do hospedeiro. Chamamos esse processo simplificadamente de “mecanismo chave-fechadura”. É como se os vírus encontrassem uma “porta” para poder enviar seu material genético para dentro de uma célula viva. E assim os vírus conseguem se aproveitar dos mecanismos de replicação do material genético e tradução de proteínas dessa célula infectada para produzir novos vírus. Esses novos vírus, quando liberados, muitas vezes matam a célula hospedeira no processo, e ficam livres para infectar ainda mais células e continuar esse ciclo.

    Por que algumas pessoas ficam doentes e outras não?

    Em algumas pessoas, as células do sistema de defesa logo identificam os invasores e conseguem combatê-los, evitando o aparecimento de sintomas. Porém, quando as células infectadas morrem ou usam suas ferramentas internas apenas para produzir mais vírus, elas deixam de fazer suas funções normais. Assim, quando os vírus se espalham mais rapidamente do que o sistema de defesa consegue agir, podem aparecer sintomas mais graves da doença. Os sintomas podem se agravar ainda mais se a pessoa infectada já apresentar outros problemas de saúde e o organismo estiver mais fraco.

    Em algumas pessoas pode acontecer também de as células de defesa reagirem de forma muito exagerada, o que também pode ser ruim. Nesse caso, as células de defesa acabam prejudicando as próprias células do organismo enquanto tentam combater os vírus. Além disso, há outros fatores que os cientistas ainda estão estudando para entender melhor como essa doença afeta diferentes pessoas.

    Como ocorre a transmissão dos vírus?

    Vírus como o novo coronavírus são capazes de entrar principalmente em células das vias aéreas dos seres humanos (células no nariz, boca, garganta e pulmões). Assim, quando uma pessoa saudável fica perto de uma pessoa infectada, pode acabar tendo contato com gotículas de saliva contaminadas que podem transmitir a doença. Ao tocar em utensílios e superfícies contaminadas com o vírus e encostar a mão próximo a boca ou nariz, a pessoa também pode acabar se contaminando, assim como se respirar alguma gotícula contaminada.

    Como combater os vírus?

    Enquanto a maior parte da população não é vacinada, devemos continuar evitando ao máximo a transmissão desse vírus entre as pessoas. Para isso, é muito importante realizar o isolamento ou o distanciamento social, para evitar um “efeito dominó”. Temos também que nos lembrar de limpar bem as mãos e os utensílios e superfícies que costumamos tocar, para destruir a camada de gordura dos vírus e impedir que eles consigam entrar nas nossas células. Além disso, quando for necessário sair, é preciso que todos utilizem máscaras para se protegerem e também ajudarem a proteger outras pessoas.

    Fontes:

    https://www.bbc.com/portuguese/vert-earth-38800106

    https://www.nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2020/04/virus-doencas-saude-patogenos-covids-19-sars-pandemia-coronavirus-hospedeiro

    Equipe: 

    • Design: Giovanna S. Veiga
    • Pesquisas e roteiro: Edilaine C. Guimarães e Carla R. de Souza
    • Supervisão: Vinicius Saragiotto, Verônica Dos S. Sales, Bianca B. De M. Fonseca
    • Orientação e revisão: Carolina S. Mantovani e Lúcia E. Alvares.

    English version

    Translation: Allan Cavalcante and Giovanna S. Veiga
    Quadrinho da série "Ciência para Crianças!" com o tema "o que são os vírus", traduzido para o inglês.

    Este texto foi escrito originalmente no blog Nas Asas do Dragão

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    Os argumentos expressos nos posts deste especial são dos pesquisadores. Dessa forma, os textos foram produzidos a partir de campos de pesquisa científica e atuação profissional dos pesquisadores e foi revisado por pares da mesma área técnica-científica da Unicamp. Assim, não, necessariamente, representam a visão da Unicamp e essas opiniões não substituem conselhos médicos.


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