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  • Vacinação Infantil contra Covid-19: desinformação, miocardite e outros alarmismos

    Muito tem se falado e discutido sobre a vacinação infantil, com informações que causam receio, medo por miocardite e mal súbito, dentre tantos temas. Já soltamos aqui o spoiler: as vacinas infantis são seguras! E neste texto explicaremos melhor o tema.

    Recentemente tivemos uma campanha do grupo Todos Pelas Vacinas para explicar algumas coisas sobre tal assunto, principalmente aos pais dos pequenos. A partir dessa ideia, preparamos mais esse material, voltado agora para mostrar as diferenças entre as vacinas adultas e infantis da Pfizer, detalhes que vocês (pais) podem se atentar na hora de levar seus filhos para se vacinar e alguns outros dados sobre informações que correm solta sobre as vacinas infantis. Segura na minha, respira fundo e vêm comigo entender um pouco melhor isso.

    Quais as diferenças entre as vacinas infantis e adultas?

    Para começar, já vamos tirar esse elefante branco da sala. A  primeira coisa a se avisar é que as doses recebidas pelas crianças, no caso da vacina Pfizer, são menores – aproximadamente ⅓ – do que as doses aplicadas em adultos e terão um intervalo de 21 dias entre a primeira e segunda dose. Por causa disso, não é necessário se preocupar com falas alheias como “meu filho vai receber uma dose muito grande da vacina e por isso vai passar mal”.

    Todas essas vacinas passaram por rigorosas fases de testagem (já comentadas aqui no Especial e vamos falar de novo no decorrer desse texto), a fim de causar a melhor proteção possível e o menor número de efeitos colaterais nos pequenos. Inclusive, é importante dizer que durante a fase de testes, nenhum efeito colateral (também chamado de efeito adverso nos estudos) grave foi visto em qualquer uma das crianças submetidas aos testes.

    Outros detalhes verificáve na hora da aplicação da vacina são referentes ao frasco desta e a dose injetada. Cada criança recebe 0,2 mL. Ou seja, diferente dos adultos que recebiam 0,3 mL. Todavia a maior diferença é, provavelmente, quanto ao frasco da vacina: este é de cor laranja, diferindo significativamente do frasco roxo das vacinas adultas. Por fim, para matar a curiosidade, cada frasco contém 10 doses da vacina infantil (os frascos adultos continham 6 doses) e podem ser armazenados por até 2 meses e meio.

    E o tal risco de causar inflamação no coração, a miocardite?

    Voltando então para os efeitos colaterais, vamos agora falar da chance de causar miocardite. Muito tem se falado, comentado e alarmado sobre isso. Mas nos estudos feitos até o momento não foi visto qualquer caso de inflamação no coração (miocardite) e dois outros efeitos relacionados (pericardite e arritmia) em crianças entre 5 e 11 anos. Entre as faixas de idades já estudadas, foi verificado que homens entre 12 e 24 anos tinham uma maior chance de desenvolver esse efeito após a vacinação. Contudo, essa chance ainda é muito menor comparado a probabilidade de desenvolver estas inflamações após contrair a COVID-19. 

    Assim, considerando que a chance de contrairmos o SARS-CoV-2, sem vacinação, é muito grande, especialmente por causa da circulação de variantes mais transmissíveis, a chance de desenvolver miocardite após COVID-19 é muito maior do que após se vacinar contra a própria COVID. 

    Para exemplificar melhor isso, trarei aqui os dados de uma pesquisa publicada recentemente na revista Nature, uma das revistas científicas mais conceituadas em todo o mundo. Os pesquisadores avaliaram cerca de 38 milhões de pessoas, de ambos os sexos e com mais de 16 anos, buscando entender se havia alguma relação entre uma maior chance de desenvolver miocardite e as vacinas contra COVID-19 da Pfizer (~17 milhões de vacinados), Astrazeneca (~20 milhões) e Moderna (~1 milhão). Colocando em termos numéricos,os cientistas descobriram o seguinte:

    • A cada 1 milhão de pessoas vacinadas, até 28 dias após a aplicação da primeira dose:
      • Astrazeneca: houve 2 casos de miocardite;
      • Pfizer: houve 1 caso de miocardite;
      • Moderna: houve 6 casos de miocardite;
    • A cada 1 milhão de pessoas vacinadas, até 28 dias após a aplicação da segunda dose:
      • Tanto para Astrazeneca quanto para Pfizer: não se viu casos de miocardite;
      • Moderna: houve 10 de miocardite;
    • A cada 1 milhão de pessoas não vacinadas que testaram positivo para COVID-19: houve 40 casos de miocardite.

    Colocando em termos mais práticos, o que isso quer dizer?

    Se considerando o maior índice de miocardite em pessoas vacinadas, que foi com segunda dose da Moderna, em que a cada 1 milhão de indivíduos, 10 desenvolviam miocardite, a chance de desenvolver a doença era 4 vezes menor do que em pessoas não vacinadas que se infectam com o SARS-CoV-2. Uma vez que a cada 1 milhão de pessoas não vacinadas que se infectaram, 40 desenvolviam a inflamação no coração. 

    Isso nos mostra, novamente, que as vacinas além de serem muito seguras também protegem contra outros riscos que muitas vezes não associamos com a COVID-19, por se tratar de um vírus respiratório. Além disso, é importante lembrar que mesmo se a vacina da Moderna for contra indicada para alguns grupos de risco, ela não está sendo usada aqui no Brasil, assim, não precisamos nos preocupar com isso.

    “Ok, mas quais são os efeitos a longo prazo desta vacina?”

    Falando dos efeitos de longa duração, a primeira coisa que precisamos deixar claro aqui é:

    Não! as vacinas de RNA mensageiro (como as da Pfizer e da Moderna) NÃO IRÃO alterar o seu DNA ou se integrar à ele.

    Não, não iremos virar jacarés. Não vamos desenvolver câncer, doenças autoimunes ou infertilidade. Dito isso, vamos entender um pouco melhor essas questões.

    Deixando vários detalhes (um tanto quanto complicados) de lado, nossas células possuem duas principais barreiras ou membranas: a membrana plasmática (ou celular) e a membrana nuclear. A primeira envolve e protege toda a célula, enquanto que a segunda realiza separa e protege o núcleo da célula. E é neste espaço dentro do núcleo que se encontra o nosso material genético, o DNA.

    Ambas as barreiras são feitas a partir de gordura (mais especificamente, componentes chamados Lipídeos) e proteínas com pequenos açúcares ligados a elas (as Glicoproteínas). Isso torna tais barreiras seletivas, em outras palavras, a célula e o próprio núcleo permitem que somente alguns componentes entrem e saiam. 

    Um grande exemplo disso são os próprios RNAm (ou RNA mensageiro). Todos nós produzimos RNAm, pois estes são as instruções que nossas células usam para produzir proteínas, tais como a Insulina (relacionada ao consumo de glicose), Mielina (presente nos neurônios) e Colágeno (presente na pele e em vários outros lugares do corpo). Entretanto, dentro do núcleo, as moléculas de RNAm duram pouquíssimo tempo pois possuímos várias enzimas que destroem elas. Por causa disso, uma vez que esses RNAm são produzidos, eles são transferidos rapidamente para o citoplasma das células.

    No Citoplasma (a parte do células onde estão todas as suas organelas e componentes, como o próprio núcleo), o RNAm consegue durar um pouco mais de tempo, o suficiente para ser utilizado por outras organelas e produzir nossas proteínas. Aqui é importante apontar um detalhe: uma vez que o RNAm sai do núcleo, ele não consegue mais voltar para lá. 

    Pensando nisso tudo, agora conseguimos entender porque as vacinas de RNAm não vão alterar nosso genoma: uma vez que o RNAm das vacinas entra nas nossas células, ele não consegue entrar no núcleo das células!

    E mesmo que isso acontecesse, seria necessário todo um conjunto de enzimas para que esse RNAm fosse integrado ou alterasse nosso DNA. Além disso, é preciso dizer que mesmo no citoplasma das células e na corrente sanguínea, essa RNAm das vacinas dura bem pouco, ficando um tempo bem reduzido em contato com nossas células.

    Algumas pessoas comentam ainda sobre a própria proteínas Spike produzida a partir do RNAm dessas vacinas, e a possibilidade dela alterar nossas proteínas. Entretanto, a proteína Spike não possui o que chamamos de Sítio Ativo. Isto é, uma parte específica das proteínas capaz de se ligar a outras proteínas e alterá-las de alguma forma. Fora o fato da própria Spike ser produzida por poucos dias ou semanas pelo corpo, que é tempo suficiente para estimular o sistema imunológico.

    Assim sendo, quando falamos em efeito adversos a longo prazo, não faz sentido nós questionarmos sobre possíveis efeitos nos meses após a aplicação das vacinas. Os poucos efeitos adversos que vemos aparecem e são estudados logo que as vacinas são aplicadas, ainda durante as fases de testes.

    É verdade que alguns poucos efeitos adversos muito raros só apareceram após a aprovação das vacinas, como os casos de miocardite e trombose. Contudo, é por isso que mesmo após a aprovação, os pesquisadores continuam estudando as vacinas por alguns anos. Justamente para observar e estudar esses efeitos raros, que na grande maioria das vezes se mostram mais raros do que problemas parecidos gerados pelas próprias doenças.

    Novamente, os casos de miocardite e trombose são exemplos claros disso: apesar de serem efeitos raríssimos notificados em algumas pessoas após a vacinação, o risco de se desenvolver os mesmos efeitos a partir da infecção da COVID-19 sem estar vacinado  é muito maior, do que comparado com a vacinação.

    Finalizando…

    Vacinas salvam vidas. Além disso, protegem contra efeitos muito mais raros e perigosos que as doenças e a própria COVID-19 causa, inclusive efeitos que ainda entendemos pouco. Vacinar é um ato de amor, não só consigo, não só com seus filhos, mas também com o próximo. Só assim poderemos acabar com a pandemia e voltar a viver com o tão sonhado – e ainda distante – “normal” que vive em nossas lembranças.

    Ou seja, vacinem suas crianças.

    Para saber mais:

    Patone, M, Mei, XW, Handunnetthi, L, Dixon, S, Zaccardi, F, Shankar-Hari, M, … & Hippisley-Cox, J (2021) Risks of myocarditis, pericarditis, and cardiac arrhythmias associated with COVID-19 vaccination or SARS-CoV-2 infection Nature medicine, 1-13.

    Chaudhary, N., Weissman, D., & Whitehead, K. A. (2021). mRNA vaccines for infectious diseases: Principles, delivery and clinical translation. Nature Reviews Drug Discovery, 20(11), 817-838.

    Cristaldo, H (2021) Anvisa: vacinas em uso no Brasil não são experimentais Agência Brasil.

    Anvisa (2022) Anvisa aprova vacina da Pfizer contra Covid para crianças de 5 a 11 anos Governo do Brasil, Ministério da Saúde.

    Anvisa (2022) Anvisa alerta para diferenças entre as vacinas para crianças Governo do Brasil, Ministério da Saúde. 

    Mellanie Fontes-Dutra: Perguntas e respostas sobre vacinação contra covid em crianças para pais com receio,

    NOTA TÉCNICA Nº 496/2021/SEI/GGMED/DIRE2/ANVISA.

    Outros materiais:

    Bulas das vacinas aprovadas no Brasil para adultos e crianças.

    Plano nacional de operacionalização da vacinação contra a Covid-19.

    Este texto foi escrito originalmente para o Especial COVID-19.

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    Os argumentos expressos nos posts deste especial são dos pesquisadores. Dessa forma, produziu-se textos produzidos a partir de campos de pesquisa científica e atuação profissional dos pesquisadores. Além disso, a revisão por pares aconteceu por pesquisadores da mesma área técnica-científica da Unicamp. Assim, não, necessariamente, representam a visão da Unicamp e essas opiniões não substituem conselhos médicos.

  • As 11 Fake News sobre vacinas infantis que circularam antes e durante a consulta do Ministério da Saúde

    Segundo agências de checagem de fatos, 90% dos textos abordam a questão da segurança das vacinas. Eles distorcem estudos, peças publicitárias e até falas do Diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, parte dos conteúdos trazem vídeos de médicos e especialistas (nem sempre reconhecidos pela comunidade científica) que desaconselham vacinar as crianças, contribuindo para confundir a população.

    Contexto

    Após pouco mais de 22 meses desde que a OMS caracterizou a Covid-19 como pandemia, as vacinas ainda são a única medida eficaz, de que se tem notícia, para combater a doença, porém, no Brasil a imunização tem sido questionada não só por movimentos historicamente contrários às vacinas, mas também, surpreendentemente, por lideranças políticas que, paradoxalmente, deveriam zelar pela saúde da população. 

    O último embate, em que mais uma vez as autoridades nacionais se prestaram ao papel de questionar a necessidade das vacinas, começou no dia 26 de outubro de 2021 quando o comitê de especialistas do Food and Drug Administration (FDA), agência federal reguladora de saúde dos Estados Unidos, recomendou a aplicação da vacina em crianças de 5 a 11 anos. Assim, no dia 27, a imprensa noticiou que a farmacêutica Pfizer anunciou que solicitaria à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para vacinar crianças a partir de 05 anos de idade, o que se deu no dia 12 de novembro.

    Já em16 de dezembro, a agência aprovou o uso e divulgou os resultados técnicos de sua análise. Aliás, no mesmo dia, em live para seguidores, o atual Presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), ameaçou divulgar os nomes dos técnicos da Anvisa que participaram da aprovação do imunizante para crianças. Além disso, no dia 18, o quarto ministro da Saúde da gestão Bolsonaro, Marcelo Queiroga, anunciou que o governo federal realizaria uma consulta pública sobre a vacinação de crianças antes de decidir se aprovaria o início da imunização para elas, medida criticada tanto por médicos quanto por técnicos da Anvisa.

    Por que é importante verificar quais fake news circularam em dezembro?

    Em Saúde Pública (mas não apenas), a desinformação é um gravíssimo problema, pois, pode, por um lado provocar sobre demanda nos Sistemas de Saúde com exames desnecessários, motivados por alarmismo, por outro, levar pessoas a comportamentos extremos como deixar de realizar tratamentos necessários e de usar remédios essenciais para sua vida, enfim, no limite, a desinformação pode matar. Dessa forma, dado o momento em que o Ministério da Saúde solicitou uma consulta pública sobre o tema, a desinformação pode ter sido usada para distorcer a percepção das pessoas sobre as vacinas contra a Covid-19 para crianças.

    Metodologia

    Foram colhidas manualmente informações verificadas pelos sites, editorias e agências de checagem brasileiros Boatos.org, Aos Fatos, Projeto Comprova, Fato ou Fake, Uol Confere e Lupa, entre 01 dezembro de 2021 e 03 de janeiro de 2022. Assim, no total, os jornalistas realizaram no período cerca de 226 checagens, das quais 79 estavam relacionadas à Pandemia da Covid-19. Dentre estas, há 11 peças desinformando sobre a vacina infantil contra a Covid-19. Dessa forma, optamos por classificar essas verificações utilizando os rótulos de Misinformation and Disinformation (M&D) em Vacinas, compostos por 5 categorias e 17 subcategorias, elaborados por integrantes do Grupo de Estudo da Desinformação em Redes Sociais (EDReS), da Unicamp :

    1. Segurança: vacinas causam doenças (A); pessoas vacinadas transmitem a doença (B); vacinas causam autismo (C); as vacinas causam efeitos colaterais graves (D); as vacinas contêm ingredientes perigosos (E); é mais seguro contrair a doença do que vacinar (F); as vacinas podem prejudicar o sistema imunológico (G); sobrecarga de vacinas e suas consequências (H); esquemas alternativos de vacinação são mais seguros (I)

    2. Efetividade: as vacinas não funcionam (J); as vacinas não são responsáveis ​​pela diminuição das doenças (K)

    3. Saúde alternativa: promoção de alternativas à vacinação, principalmente serviços naturopáticos e de bem-estar (L)

    4. Moralidade: associação entre vacina contra HPV e promiscuidade, e / ou questões religiosas (M)

    5. Teorias da conspiração: narrativas sobre instituições poderosas ou atores com intenções nefastas e planos secretos (N)

    6. Outro: autodireção – liberdade de escolha, pesquisa independente (O); alegam que quem conhece a “verdade” não vacina (P); apelo emocional (Q) 

    (TOKOJIMA MACHADO, DE SIQUEIRA e GITAHY, 2020: p. 03)

    Análise

    Discussão

    Das 5 categorias possíveis de M&D em Vacinas, figuram na amostra Segurança (81%) e Teorias da Conspiração (19%). Assim, de todas as 17 subcategorias categorias possíveis, figuram quatro: as vacinas causam efeitos colaterais graves (D), as vacinas contêm ingredientes perigosos (E) as vacinas podem prejudicar o sistema imunológico (G), e narrativas sobre instituições poderosas ou atores com intenções nefastas e planos secretos (N). 

    Contudo, há textos que podem ser enquadrados em mais de uma categoria, como por exemplo a desinformação sobre 13 crianças que teriam morrido na África em função da vacina (categoria D) que também é associada ao nome do empresário estadunidense Bill Gates (categoria N). Dessa forma, por essa perspectiva, o número de textos que abordam a segurança dos imunizantes sobe para 90%.

    Observando especificamente para as 09 peças que versam sobre efeitos colaterais graves causados por vacinas, constata-se que 04 delas associam vacinas diretamente a mortes de crianças, em 02 os “especialistas” desaconselham a vacinação de crianças, em outras 02 a vacina é associada a riscos de AVC, miocardite e pericardite em crianças e 01 repisa a teoria da “vacina teste”.

    Hoje, já existe um consenso de que esses conteúdos não são tão espontâneos quanto fazem parecer e que existe uma linha de produção de desinformação com interesses financeiros e/ou políticos, um Ecossistema da Desinformação. Assim, partindo dessa premissa, a absoluta predominância de peças com foco nos efeitos colaterais das vacinas apontam para o interesse em criar na população uma atmosfera de risco, levando-as a hesitar em vacinar seus filhos. Apesar disso, conforme apontam recentes levantamentos de opinião, a imensa maioria dos brasileiros (79% segundo o Datafolha e  72%, Genial / Quaest), pretende vacinar seus filhos.

    Por fim…

    Neste estudo não dispomos de dados para afirmar que esses 18% (em média) de pais que ainda hesitam em vacinar seus filhos estão sendo influenciados pela desinformação que circula desenfreadamente via mídias sociais e, por vezes, na mídia tradicional, uma vez que insiste em dar espaço para negacionistas da vacina. Todavia, outros estudos utilizando a Análise de Redes podem confirmar ou negar essa hipótese, mapeando o alcance dessas publicações, os seus produtores e toda a rede de disseminadores que trabalha diuturnamente contra a saúde pública e contra a ciência.

    Referências: 

    PROJETO COMPROVA (2021) É enganoso que vacina contra covid-19 tenha provocado aumento de morte de crianças

    PROJETO COMPROVA (2022) Médica distorce estudo para atacar vacinas e é desmentida pelo autor.

    TOKOJIMA MACHADO, DF, DE SIQUEIRA, AF, GITAHY, L (2020) Natural stings: selling distrust about vaccines on Brazilian YouTube Frontiers in Communication, Volume 5, p 91.

    G1, Fato ou Fake

    DOMINGOS, R “É #Fake que”:

    Cartaz de campanha de prevenção ao AVC em crianças na França tenha relação com a vacina contra Covid-19

    Cartaz de campanha de prevenção ao AVC em crianças na França tenha relação com a vacina contra Covid-19

    Imagens de autópsia mostrem lesões causadas por vacina contra Covid e que imunizante cause vasculite

    Vídeo de homem que se diz inventor das vacinas de mRNA e afirma que vacinas são tóxicas para crianças

    Vídeo que diz que Austrália vai colocar 24 mil crianças em ‘campo de quarentena’ para serem vacinadas

    Boatos.org

    BECKER, K (2021) Pfizer admite que vai levar 5 anos para descobrir riscos de vacinas para crianças #boato

    MATSUKI, E

    13 crianças morreram após serem vacinadas contra Covid-19 na África #boato,

    Austrália cria campo de concentração para não-vacinados e vai vacinar crianças à força #boato

    Diretor da OMS diz que vacinas contra Covid-19 matam crianças #boato

    Diretor da OMS diz que vacinas contra Covid-19 matam crianças #boato

    Robert Malone é o inventor da vacina mRNA e está certo sobre vacinação de crianças #boato

    Agência aos fatos

    FAUSTINO, M (2021) Em vídeo, médica mente sobre substâncias e efeitos adversos de vacinas contra a Covid-19. Agência Aos Fatos

    MENEZES, LF (2021) É falso que Anvisa aprovou sem contraindicação vacina da Pfizer para crianças Agência Aos Fatos.

    MENEZES, LF (2021) Em vídeo, virologista falseia ao dizer que vacinas de mRNA são tóxicas para crianças Agência Aos Fatos

    RUDNITZKI, E (2022) Austrália não vai separar 24 mil crianças de seus pais para vaciná-las em ‘campo de quarentena’ Agência Aos Fatos

    PACHECO, P (2021) Vacinas contra Covid-19 não provocam liberação de fibrina na corrente sanguínea Agência Aos Fatos

    Agência Lupa

    NOMURA, B (2021) #Verificamos: É falso que Austrália colocou 24 mil crianças em ‘campos de quarentena’ para vaciná-las, Agência Lupa.

    NOMURA, B (2021) #Verificamos: É falso que vacinas de RNA mensageiro levam à produção de proteínas tóxicas em crianças Agência Lupa

    SKROCH, JB,  MACÁRIO, C (2021) #Verificamos: Médica distorce informações ao relacionar vasculite a vacinação contra a Covid-19, Agência Lupa

    Este texto compõe uma série para a campanha Vou Vacinar, do Todos Pelas Vacinas, Maurílio é autor no Especial COVID-19. 

    Este texto foi escrito originalmente para o Especial COVID-19.

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    Os argumentos expressos nos posts deste especial são dos pesquisadores. Dessa forma, produziu-se textos produzidos a partir de campos de pesquisa científica e atuação profissional dos pesquisadores. Além disso, a revisão por pares aconteceu por pesquisadores da mesma área técnica-científica da Unicamp. Assim, não, necessariamente, representam a visão da Unicamp e essas opiniões não substituem conselhos médicos.

  • Políticas Públicas em Saúde e vacinação de COVID-19

    Temos falado muito da vacinação como pacto coletivo e como medida de políticas públicas em saúde. Mas vocês sabem o que isto significa? O texto de hoje vai falar um pouco sobre o significado de Política Pública e como isto se aplica ao contexto da saúde e, especialmente, da pandemia de COVID-19 e as vacinas.

    Pode parecer banal, mas Políticas Públicas é uma área de conhecimento que está situada nas Ciências Políticas. Ou seja, isto quer dizer que existe um campo de especialistas dedicados a estudar como as políticas públicas funcionam e se implementa, ao que se relacionam e quais efeitos se estabelecem em uma sociedade, ao se idealizar, desenvolver e estabelecer uma política pública.

    Mas o que significa Política Pública?

    Política pública, em um sentido prático ou concreto, pode ser vista como uma interferência direta do Estado na vida (e na manutenção da vida) de uma população. Esta interferência ocorre a partir do momento em que o Estado assume uma forma complexa, na modernidade. Dessa forma, as políticas públicas têm como principal função regulamentar a vida e os espaços públicos, analisando, organizando, legislando  e possibilitando espaços de liberdade, atuação e estrutura social, em uma sociedade e territórios também complexos.

    Pareceu difícil? Em termos gerais, as políticas públicas, como conhecemos hoje, têm como base a centralização de alguns poderes para organizar a vida de uma população, dentro de um território.

    Essa centralização pode acontecer em maior ou menor grau, dependendo do país e de sua política social e econômica. De qualquer modo, ao termos um estado centralizado, em um território determinado, em que uma população reside, teremos políticas públicas com maior ou menor interferência na vida desta população.

    Outro ponto que pode ser importante também de compreender é que políticas públicas não são leis apenas. Isto é, Políticas públicas dizem respeito a uma estrutura e organização que, sim, passam por leis. Todavia também dizem respeito aos programas de governo, às instituições governamentais, aos planejamentos públicos, ao levantamento de dados para análises públicas e estabelecimento de leis, programas, aos financiamentos públicos, dentre outras questões.

    Como vocês podem perceber, políticas públicas dizem respeito a um conjunto de ações em um estado centralizado, para uma população.

    Políticas públicas como estratégia e instrumento democrático

    É fundamental compreendermos que as políticas públicas são estratégias para organização e manutenção de uma vida em sociedade, dentro de um estado. Todavia, torna-se atualmente também fundamental entendermos que as políticas públicas são instrumentos de promoção e defesa de um estado democrático, a partir de estratégias específicas. Mais do que isto, são instrumentos que visam interferir na população por sua ação ou falta de ação. Ou seja, quando um governo decide não agir em algum acontecimento ou setor específico isto também é interferir, uma vez que produz efeitos específicos em uma população definida, dentro de um território nacional.

    Tendo em vista que as políticas públicas são uma área das Ciências Políticas, mas podem relacionar-se com qualquer aspecto da vida pública, elas têm algumas características específicas. São obrigatoriamente multidisciplinares, isto é, precisam de profissionais de diversas áreas para compreender um determinado aspecto ou acontecimento social, para definir ações para solucionar problemas. Além disso, nestas ações estratégicas também são predominantemente fundamentais os princípios éticos que vão reger as ações, visando prioritariamente a manutenção da dignidade humana, dentro de um estado democrático de direito.

    Assim, estes são princípios que regem as políticas públicas. Ou seja, quando pensamos em um problema específico relacionado a uma população, parte das perguntas que iniciam e atravessam toda a busca por soluções, por todos os profissionais envolvidos, é (ou deveria ser): como salvar a maior quantidade possível de pessoas e mantê-las sadias, salvas e com bem estar social mínimo.

    Dito isto, vamos ao próximo ponto…

    Qual a importância de se compreender o que é política pública, em um momento de pandemia?

    Talvez essa seja uma pergunta extremamente relevante para o contexto atual. Quando pensamos em uma política pública de saúde, por exemplo, existem muitos fatores a serem levados em conta. Não é apenas alguém de um governo dizendo:

    • Ah, eu quero que vacinem pessoas;
    • Eu acho que tem que tomar este medicamento e vou espalhar por aí.

    As políticas públicas de saúde são (ou deveriam ser) feitas a partir de dados de uma população. Que tipo de dados?

    • Quantas pessoas estão nascendo?
    • Quantas pessoas estão morrendo?
    • Do quê as pessoas estão morrendo?
    • Em que região se nasce e se morre mais?
    • Em que região as pessoas estão morrendo mais? De que causas?

    Em relação à COVID-19, por exemplo, não basta ter testes diagnósticos (o que temos muito pouco), é preciso analisar quem está falecendo em relação à idade, características de saúde e doenças prévias, condições sanitárias, habitacionais, classe social, etc.

    No cruzamento destes dados, teremos alguns perfis que adoecem mais. A partir disso, poderemos estabelecer estratégias específicas para cada grupo social e parcela da população (desde campanhas de conscientização, até cuidados básicos e protocolos de atendimento). Isto é, não adianta eu criar uma campanha sobre cuidados básicos com personagens infantis (por exemplo) e usar para atingir pessoas da terceira idade. Também é sem sentido eu criar protocolos de pronto atendimento para idosos em postos em que só atendem crianças até 10 anos.

    Assim, políticas públicas de saúde dizem respeito a um conhecimento técnico da população, com levantamento de longa data, e organização deste conhecimento para aplicar estratégias de manutenção da saúde e combate à doenças. Isto vai desde legislações, passando por instituições (postos de saúde, hospitais, formação profissional, alocamento de materiais e recursos, logística), até comunicação em campanhas.

    E as vacinas?

    Uma das questões polêmicas contemporâneas é a obrigatoriedade da vacina, o passaporte vacinal e a vacinação de crianças. Isso têm relação com política pública? Como?

    Nós sabemos que a vacinação infantil têm gerado polêmica e há muitos pais, mães e responsáveis com muito medo de vacinar. Esse receio vem sendo promovido pelo discurso de que a vacina é experimental e as crianças seriam cobaias de um experimento em massa.

    Bom, já vamos logo dizendo que não! A vacina que vai ser disponibilizada para as crianças em nosso país não é experimental. Ela passou por todas as etapas de testes, foi analisada por pares, registrada em instituições internacionais de pesquisa, que acompanham passo a passo os resultados. Ao final de todas as etapas, as fábricas que produzirão as vacinas também são vistoriadas para a aprovação final de uma vacina em países como o nosso.

    Dito isso, voltemos à questão das políticas públicas de vacinação. A pergunta relacionada às políticas públicas em saúde e vacinação normalmente têm sido:

    • Se a vacina é obrigatória, como pode ser escolha dos pais?
    • Se eu quiser não vacinar meus filhos, por qual motivo eu deveria estar batalhando tanto para que a campanha de vacinação ande logo no Brasil?

    A vacinação obrigatória e a vacinação compulsória

    Primeira questão: a vacinação ser obrigatória não a torna compulsória. Ou seja, nossas políticas públicas em saúde são cruzadas, quando se trata de vacinação. Isto quer dizer que não se vacinar pode te restringir acesso a serviços públicos e privados em nosso país – ou mesmo internacionalmente. Por exemplo, um país e/ou estado pode restringir, legalmente, matrícula em escolas, prestar serviço público, circular em determinados espaços públicos ou estabelecimentos. Tratamos desta questão no texto sobre Passaporte Vacinal.

    A vacina, todavia, segue sendo uma escolha pessoal e individual e não é compulsória. Com isto, queremos dizer que não há nenhum agente do governo federal, estadual ou municipal que entrará na tua casa à força e te vacinando (ou vacinando teus filhos) contra a tua vontade. 

    Não quero vacinar, tanto faz o governo comprar ou não vacina!

    Considerando que a vacinação é um pacto social e que precisamos de uma ampla cobertura vacinal para diminuir casos de infecção, riscos de agravamentos e, também, transmissão do vírus SARS-CoV-2, faz muito sentido batalharmos por ações de vacinação em massa sim!

    Se a vacinação é uma ação pública em nosso país, nós deveríamos ter um plano para torná-la disponível à população brasileira. E como podemos fazer isto?

    Assim, vou considerar neste texto que a vacina foi aprovada pela ANVISA e esta etapa não precisa mais entrar na nossa conta, ok? Também vou considerar apenas as crianças de 5-11 anos, que é o foco atual da vacinação de COVID-19. Dessa forma, vou traçar aqui alguns pontos que podem ser importantes sabermos para estabelecer uma política pública de vacinação:

    • Número de crianças de 5 a 11 anos e número de crianças que farão 5 anos em 2022 no Brasil;
    • Distribuição destas crianças no território nacional (quantas crianças por estado e município brasileiro);
    • Quantidade de doses suficientes para vacinar 100% das crianças nesta faixa etária;
    • Numero de seringas e agulhas necessárias para aplicar as vacinas;
    • Quantidade de profissionais para aplicar estas vacinas;
    • Organização de um calendário de vacinação;
    • Organização de critérios de prioridades para vacinar – diminuindo aglomeração de pessoas em postos de vacinação;
    • Compra de vacinas;
    • Distribuição de vacinas;
    • Armazenamento de vacinas;
    • Treinamento de profissionais, caso necessário;
    • Impressão de carteirinhas de vacinação específica;
    • Campanha de vacinação (oi, Zé Gotinha!);

    Esta lista não se pretende completa, de modo algum. Entretanto, é um bom exercício para percebermos que políticas públicas de saúde não dizem respeito necessariamente ao exercício da medicina, por exemplo. A vacinação de crianças envolve dados que vão desde censos populacionais, até compras, licitações, logística, espaços de armazenamento, formação profissional, etc.

    Só isso?

    Também é preciso de algo que vou chamar aqui de ação coordenada. Ou seja, é um diálogo e estabelecimento de protocolos que são estruturados por um órgão máximo de um país – como o Ministério da Saúde – e repassados para órgãos equivalentes regionais – como as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.

    Quando estabelecidos os protocolos e este diálogo, também se sabe quais as condições que estados e municípios têm de efetivar esta política pública. Portanto, é neste diálogo que se consegue desenvolver estratégias de execução destas políticas, caso precise de algum suporte federal aos estados e municípios.

    Políticos (seja do poder executivo, seja do poder legislativo) e instituições políticas governamentais (ministérios, secretarias, por exemplo) e instituições jurídicas (como o STF) sabem destes trâmites todos com mais detalhes. E é por isso que são considerados GOVERNO representados por 3 poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.

    É possível compreender a complexidade de ações envolvidas em algo que parece tão simples, como o ato de vacinar pessoas?

    Pois é! O Programa Nacional de Imunização, o famoso PNI, foi pensado e estruturado em pleno período de governo militar brasileiro, em 1973! 

    Já tivemos vários êxitos maravilhosos desde a criação do programa. Por exemplo, podemos destacar a erradicação da Varíola, em 1977 e da poliomielite, em 1989, no território nacional! Assim as vacinações entram no que chamamos de Políticas Públicas de Saúde Preventivas. Isto é, uma política pública que visa, através de suas ações, prevenir doenças (ou evitar ao máximo que a população chegue a adoecer e, caso adoeça, evitar ao máximo que faleça).

    A vacinação de crianças não é só um tema banal a ser debatido em dias comuns por pessoas comuns – como nós. Independente de querermos ou não vacinar crianças (embora nossa recomendação seja fortemente de que vocês vacinem as crianças assim que possível), precisamos que as vacinas estejam disponíveis para nossas crianças o mais rápido possível! Mas, para isto, precisamos de planejamento, organização, estrutura, compras, viabilização de transporte, espaço físico para armazenamento, treinamento técnico, estabelecimento de protocolos, definição de diretrizes.

    Em suma, políticas públicas de saúde são sobre tudo isso (e mais um pouco). E é por isso que temos perguntado todos os dias (e seguiremos perguntando):

    Em que pé estão os planejamentos para a vacinação das crianças?

    Para Saber Mais

    Documentos Oficiais Brasileiros:

    Programa Nacional de Imunizações – Vacinação

    CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

    Lei Orgânica de Saúde – LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990.

    Outras Bibliografias

    Azevedo, JML (2004) A educação como política pública, Campinas: Autores associados.

    Derani, C (2004) Política pública e a norma política, Revista da Faculdade de Direito UFPR

    Marques, E, Faria, CAP (2018) A política pública como campo multidisciplinar, São Paulo: Editora UNESP, Rio de Janeiro: Editora Fiocruz.

    Paulus Junior, A, Cordoni Junior, Luiz (2006) Políticas públicas de saúde no Brasil Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v8, n1, p13-19.

    Reis, DO, Araújo, EC, Cecílio, LCO (s/d) Políticas Públicas de Saúde no Brasil: SUS e pactos pela Saúde, Unifesp.

    Santos, Nelson Rodrigues dos (2007) Desenvolvimento do SUS, rumos estratégicos e estratégias para visualização dos rumos Ciência & Saúde Coletiva, v12, n2, pp 429-435 (Acessado 30 Dezembro 2021).

    Este texto compõe uma série para a campanha Vou Vacinar, do Todos Pelas Vacinas, Ana é coordenadora do Especial COVID-19. 

    Este texto foi escrito originalmente para o Especial COVID-19.

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    Os argumentos expressos nos posts deste especial são dos pesquisadores. Dessa forma, produziu-se textos produzidos a partir de campos de pesquisa científica e atuação profissional dos pesquisadores. Além disso, a revisão por pares aconteceu por pesquisadores da mesma área técnica-científica da Unicamp. Assim, não, necessariamente, representam a visão da Unicamp e essas opiniões não substituem conselhos médicos.

  • Campanha #VouVacinar

    A campanha #VouVacinar, do Movimento Todos Pelas Vacinas, tem como proposta o combate à desinformação sobre a COVID-19 e os efeitos e riscos da vacina infantil, a partir da divulgação científica, articulada com a cultura, a arte e a sociedade! Contamos com seu apoio, colaboração e participação na campanha #VouVacinar, que acontecerá ao longo de Janeiro de 2022.

    O movimento #TodosPelasVacinas é organizado pela ABRASCO, Blogs de Ciência da Unicamp, COSEMS/SP, Equipe Halo/Nações Unidas (ONU), Núcleo de Pesquisas em Vacinas da USP (NPV-USP), Observatório COVID-19 BR, Rede Análise COVID-19, Núcleo de Pesquisas em Vacinas da USP, ScienceVlogs Brasil e a União Pró-Vacina.

    E lá vamos nós falar de vacinas!

    Sim! Cá estamos novamente para falar de vacinas contra Covid-19, dessa vez para crianças de 5 a 11 anos!

    No Brasil e em vários países do mundo tivemos uma diminuição drástica de óbitos desde que o esquema vacinal completo foi sendo alcançado por uma grande parcela da população. Sabemos que ainda são necessários cuidados, mesmo vacinados, mas nossa vida definitivamente tem o mesmo pesar do primeiro semestre de 2021.

    Agora é chegado o momento de as crianças adquirirem a imunização, através da vacina! Sabemos que a vacinação sempre foi, historicamente, exemplar em nosso país, com a erradicação da Poliomielite (desde 1989) e da Varíola (desde 1977!!!). Sabemos também que a vacinação é um projeto coletivo de proteção.

    As vacinas destinadas às crianças não são experimentais, elas já passaram pela etapa de análise e são seguras e eficazes para esta faixa etária indicada. Além disso, são fundamentais para o enfrentamento da COVID-19, para o retorno mais seguro das aulas e do convívio social, tão esperado por todas as crianças, que sofreram tanto com os distanciamentos impostos ao longo de 2020 e 2021.

    O tempo de vacinar, agora, é com a leveza que só a infância é capaz de nos proporcionar. A esperança renovada para as crianças, com ciência, conhecimento e políticas públicas de saúde que, historicamente, nosso país tem tradição mundial, tem sua vez na luta contra a COVID-19.

    Nossos materiais estão disponíveis (e serão atualizados com a nova campanha) no Portal: www.todospelasvacinas.info, também vamos lançar textos aqui e vocês podem nesse link aqui

    Mais informações podem ser obtidas nos contatos:

    Ana Arnt (Blogs Unicamp): blogs@unicamp.br; (19) 98364-0054

    Flávia Ferrari (Observatório COVID-19 BR): obscovid19br@gmail.com; (11) 99111-6455

    Todos Pelas Vacinas: todospelasvacinas@gmail.com

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